Novas famílias

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 19: NOVAS FAMÍLIAS

Hoje (depois de todos os passos) vivemos de forma mais autêntica. Em sintonia com a verdade de cada um. Crescemos neste processo todo e acabamos por nos conhecer mais. Nos reconstruímos de um jeito ou outro. Descobrimos que família se estabelece onde tem afeto e pode se dar nas suas mais variadas composições. Mãe e filhos. Pai e filhos. Mãe e mais alguém, com filhos dos dois. Duas mães, dois pais, pais sócio afetivos. E o que passa a ser mais valorizado: o amor de forma mais ampla.

Tudo, no fim das contas, é muito mais simples do que fantasiamos. E o elemento que faz a diferença é, novamente, a nossa Verdade. Não deu certo e separamos. Não éramos felizes e queremos ser mais. Erramos, acertamos. Reencontraremos o amor e ele virá para perto de nós, de um jeito ou outro.

Um dia a proposta “vamos misturar?” pode vir a ser uma das frases mais lindas que ouviremos ao longo da vida. E se olharmos para trás, lá longe, lá onde nos demos conta que um casamento chegava ao fim, lá onde se viam dores gigantescas e caminhos tortuosos, e repassarmos toda a trajetória até aqui nem acreditaremos quanto caminhamos e quanto estamos mais. Mais tudo.

Com total sentido.

Viu como pode dar certo?

Respira longamente. Fecha os olhos. Agradece.

Conseguimos.

                                                                                               By, Manual da separação

                   

Os meus, os teus, e deu?

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 18: OS MEUS, OS TEUS, E DEU?

O tempo de cada um é singular. E nem sempre o que significa reconstrução para uma, é o mesmo para outra.

Neste momento, temos a vantagem de que, pós-experiência de uma separação, estaremos mais inteiras de nós mesmas e com um conhecimento mais evidente do que somos, do que não somos, do que queremos ou não.

Para algumas mulheres, só se reconstrói quando se ama de novo, casa de novo e, algumas vezes, só tendo outros filhos para reconfigurar uma família. Para outras, somente através do autoabastecimento, daquele que se conquista no passar do tempo.  Ainda, há mulheres que acreditam em relações eventuais e direcionam o foco para si mesmas e para os filhos.

E o que seria “dar certo”?

Não há uma única forma. Certo é aquilo que convém a cada uma e que faz encerrar o dia, de forma mais tranquila. É ter paz na alma, caminhar segura com a certeza de que fazemos o nosso melhor, todos os dias.

Às vezes, podemos ser felizes apenas com os nossos. Às vezes, com os nossos e mais alguém. E ainda: os nossos e os dele. Os nossos, os dele e os em comum. A mistura é o que melhor representa o amor. Traz pedaços da gente que compõem com os do outro. É uma costura humana de riqueza sem tamanho, porque traduz vontade. Vontade que dê certo. Vontade de amar de novo e começar do nada. Só que de um nada mais recheado de tudo, de histórias e vivências que potencializam as chances de dar certo, do jeito que for.

Recompostas, o que faremos ou não desta liberdade é algo tão íntimo que dispensa qualquer tipo de julgamento.

Linda toda e qualquer forma de reconstrução. E bem vindas sejam todas elas e todas as formas de (“re”) amar.

                                                                                               By, Manual da separação

                   

Tudo o que você precisa saber sobre Alienação Parental

A alienação parental ocorre quando uma das partes influencia o filho a tomar partido e a se colocar contra a outra parte. Aí, entra o papel do judiciário, que oferece meios de proteger os filhos, a partir de recursos legais, e, também o papel dos profissionais que podem ajudar pais e filhos neste momento, como o psicólogo.

Isso pode se dar de diferentes maneiras, como proibir que o pai/mãe veja a criança, fazer chantagens, manipular, influenciar a criança ou adolescente contra o pai/mãe, dificultar visitas, omitir informações sobre os filhos, apresentar falsas denúncias para dificultar a convivência, entre outras atitudes que prejudicam ou impedem a relação do filho com um dos genitores.

Como e a quem buscar ajuda em caso de alienação parental?

Se você está passando por uma situação semelhante e já tentou várias alternativas, mas nada resolveu o problema, talvez seja o momento de pensar em buscar ajuda judicial, uma vez que a prática da alienação parental é prejudicial à formação psicológica e afetiva de crianças e adolescentes.

Então, qual a melhor maneira de lidar com essa situação?

A realidade é que a separação envolve sofrimento, mudanças e muitos desafios. Por isso, é um momento de buscar manter a calma, procurar ajuda, se necessário, e, principalmente, apoiar e conversar muito com os pequenos, para que eles sofram o mínimo de impacto possível.

Luciana Tisser é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e em Grupoterapia além de mestre e doutora em Ciências da Saúde – Neurociências e autora de diversos livros infantis e instrumentos de acesso nesta área.

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Ignorando Opiniões Alheias

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 9: IGNORANDO OPINIÕES ALHEIAS

By Manual da Separação

A separação tem efeitos além de nós mesmos. Ela atinge em larga escala, provoca incômodos, medos e as vezes até inveja em quem gostaria de mudar sua vida e não consegue. E nesta “dor” que não é nossa, surgem várias versões da nossa própria história, por vezes até meios cruéis, inventadas ou idealizadas.

Vamos pensar juntos: estamos mais sensíveis, fragilizados, num momento entre passado (com lembranças que nos visitam e machucam) e presente instável, com medos e inseguranças de como será que tudo vais ser dali pra frente. Neste quadro, tudo que chega acaba nos tocando mais profundamente. Ao ouvirmos a preocupação de alguém com a nossa dor, nosso futuro (muitos relatos destes na figura dos nossos pais), que querendo ajudar e nos proteger, resistem ao novo, colocam as suas preocupações acima das nossas e acabam algumas vezes, aumentando nossa própria dor. Ou amigos que tocados por um fim próximo a eles, despertos num medo íntimo de “podia ser lá em casa”, resistem também com conselhos de todos os tipos. Também nos deparamos com resquícios de preconceitos frente a esta nova configuração familiar que foge dos padrões do “viveram felizes para sempre”. A grande questão, a nossa tábua de salvação para estes olhares, opiniões e invasões é lembrar que a história é só nossa. Somente quem viveu aquela relação, aquele fim de casamento pode realmente saber o que de verdadeiro se passou. Nós, protagonistas da nossa vida, nesse momento precisamos de colo, de frases que nos lembrem que não estamos sozinhos e que tudo que nos possibilita ser mais inteiros, mais felizes, está valendo.

Ignorar pessoas que alimentem o fundo do poço, se afastar de quem, por razoes próprias, não está conseguindo nos acompanhar, que não se dão conta que estamos inseridos num contexto amplo familiar, comprometidas com o nosso sistema, com filhos que sofrem consequências diretas do nosso sentir.

 Em contrapartida, uma feliz revelação: assim como nos decepcionamos com autores da nossa história de forma distorcida (porque tem gente que adora inventar, aumentar e botar lenha na fogueira), também ganhamos muito com a confirmação de anjinhos que temos por ai. Amigos que se mostram mais ainda e que chegam a virar parte da família. Amigos novos que surgem com um oferecer de mão, numa hora que afeto é tão bem vindo. Costumo brincar que algumas pessoas saem de cena para que outras, que nos acompanharão a partir dali, entrem com tudo em  nossas vidas. Pessoas que surgem para nos compor numa nova formatação.

E como devemos agir: assumindo verdadeiramente o que estamos sentindo.  “Eu não estou bem no momento; as coisas estão difíceis; tenho altos e baixos”. Porque saudavelmente é o que se espera num hora assim. Assumir a dor, vivenciar, falar, compartilhar, se recolher, quando preciso, faz parte do processo de cura. Ninguém sai de um casamento soltando fogos de artifício. Quem sai fora do tom, compromete uma chance de aproveitar deste ensinamento da vida e crescer com ele. Atropelando etapas, nem que seja para projetar em redes a sua “felicidade” meteórica, no mínimo, ignora a sua dor (que sempre existe, nem que seja pelo fim de um projeto), impede o crescer evolutivo a partir desta crise, acaba repetindo padrões e fazendo escolhas equivocadas que se materializarão na repetição de erros.

Respeitar a hora da dor também é se separar bem. E dar de ombros para o que os outros dizem, também.

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SAINDO DE CASA

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 8: Saindo de Casa

By Manual da Separação

Até aqui já exercitamos uma parte considerável do desapego e já contamos aos filhos sobre a decisão tomada assim, de um jeito ou outro, as vezes sem muita saída, vamos ficando mais fortes. A saída possibilita um recomeço em um novo lugar, o início de um novo capítulo. E, para aquele que fica, uma chance de recriar o espaço, ocupar armários e preservar a rotina dos filhos.
O ideal é que a saída seja de forma gradual, sempre situando os filhos do que está acontecendo e de como será feito. Se a saída tiver que ser para algo provisório pois, algo definitivo depende de definições patrimoniais, partilha de bens e condições econômicas para tanto, está tudo certo. É comum que num momento de indefinições e mudanças, as questões patrimoniais sejam deixadas para um momento posterior. Portanto, casa de avós, de amigos, aluguel provisório, faz parte de um caminho.
A ideia da saída gradual é para evitar cenas fortes de despedida, com doses altas de dor, absolutamente dispensáveis neste momento. É o nosso filtro adulto que pode aliviar momentos difíceis deixando claro que, de um jeito ou outro, estaremos todos ali, presentes para tudo o que vier.
Aquele que permanece no lar, encontra uma vantagem de ficar no conhecido dos filhos, nos seus quartos e no esquema diário de rotina. Porém, é neste espaço que ocorrem as primeiras vezes da sensação de ausência física (hora do jantar, convívio dos finais de semana). Uma dica interessante é o uso do afeto criativo: criar rituais de recomeço como uma noite de jantar diferente, noite de visitas de avós, amigos ou dia de brincadeiras coletivas. Temos relatos do uso desta dica que faz com eles sintam o novo como uma possibilidade de reinicio positivo.
Para o que sai, uma chance de recomeçar sem lembranças compartilhadas com o outro, ou seja, momento de começar do zero e criar algo somente nosso com os nossos filhos, proporcionando novas experiências e releituras de momentos. Também aqui a ideia de instituir rituais de recomeços, de cozinhar conjuntamente, criar noites especiais onde o que é valorizado é a presença de todos.
Independente de quem deixa a casa, a rotina deles deve ser preservada o máximo possível para trazer uma dose maior de segurança. No meio de muitas mudanças inevitáveis, aquilo que puder, nem que de forma provisória, deve ser mantido. Quem buscava na escola, deve continuar buscando e as atividades rotineiras devem ser preservadas. E para aquele que sai, que tinha um contato diário mais efetivo, deve se manter presente para ajudar a contemporizar os medos que surgem de ausência, abandono e perda. Uma passada para um beijo, para um realizar de temas, faz parte.

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ENFRENTANDO A CULPA

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 7: ENFRENTANDO A CULPA

By Manual da Separação

A culpa é algo tão rotineiro que nos persegue a cada decisão que tomamos. Toda vez que decidimos por algo, abrimos mão de alguma coisa.
Mesmo que em um divórcio a decisão não tenha partido da gente, sempre vem um pensamento da seguinte linha: “o que eu fiz de errado? O que eu poderia ter feito de forma diferente?” Assim como: “E se eu não tivesse me separado, como estaria minha vida agora?”.
É muito comum que nestes primeiros momentos a gente enfrente doses altas de culpa e um auto boicote: será que era tão ruim assim, mesmo? Como se as nossas memórias nos levassem, com alguma frequência, apenas para os momentos de pré-crise, para lembranças boas que nos fazem sentir mais culpa, dor ou arrependimento. Como antídoto, sugerimos ancorar, próximos a nós, amigos que nos acompanharam no antes, no durante e no depois. E que com frequência (e isenção) nos dirão: “Lembra que tu dizia…? Lembra que tu não era feliz? Não é bem assim como estas contando”.
Importante ressaltar que vivemos uma consciência do HOJE. Detemos um conhecimento no PRESENTE, fruto de toda uma caminhada do passado. Percepção que só temos porque já passamos por aquilo. Portanto, a ideia concreta do “se eu tivesse feito assim” é inócua, não nos serve para uso em algo que já passou. Consola muito pensar assim: Eu fiz o meu melhor para aquele momento; Na época, aquilo foi o meu melhor. Sempre nos aceitando e validando o melhor possível para cada momento e situação. É libertador! Nos acolhemos, nos aceitamos e nos culpamos menos.
Este exercício também nos possibilita uma melhor projeção do futuro: faremos uso desta experiência para melhor seguirmos nas nossas decisões.
A busca por memórias passadas deve sim, ser remetida a momentos de afeto para garantir que, a partir dele, possamos encaminhar melhor o nosso divórcio. Com um Direito mais humano e acolhedor, que não trabalha com a consideração da culpa, podemos pensar que este afeto, hoje tão enaltecido pelo próprio judiciário, pode ser um norte para o fim dele também. É possível nos separarmos de alguém com carinho (mesmo que no momento não exista a percepção de nenhum). O amor pode ter terminado, se transformado, mas um dia este ali. Com ele/ela, tivemos promessas e planos. Fizemos filhos que perpetuam um momento de amor. Portanto, está dentro de nós a escolha deste caminho: separar com afeto também é uma forma de amor (pelos filhos, pelo outro e por nós mesmas).

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CONTANDO AOS FILHOS

By Manual da Separação

20 Passos para o Bom Divórcio – Passo 6: Contando aos filhos

Esta passo traz uma dose alta de culpa, de frustração, de sensação de incompetência. Que pais nós somos que estamos decidindo por esta ruptura? Que pais nós somos por não termos conseguido? Como lidar com uma dor assim?

Este é um momento que a ajuda de terapeutas pode vir para dar um bom suporte. As terapias de casal não existem apenas para retomadas de casamentos: servem também para auxiliar no fortalecimento de um fim. O manual foi construído através de muito trabalho multidisciplinar, assim como o Núcleo, nesta composição de terapeutas e advogados.

Assim, com este embasamento técnico e também no uso da experiência de acompanhar famílias em transformação, separamos algumas dicas, fundamentais para serem usadas neste momento de contar aos filhos uma decisão tão nossa e que nos é tão cara. São elas:

–  Apenas contar quando a decisão já estiver tomada, com as certezas cabíveis para o momento;

– Contar no máximo de sintonia possível com o outro. Uso de uma linguagem próxima, com combinações prévias feitas entre os pais, entregue em conjunto podendo assim, precocemente, sinalizar para eles a continuidade de uma boa parentalidade;

– Criar um espaço de diálogo, de acolhimento, onde a criança possa fazer perguntas, expressar as suas dores e dúvidas. E aqui vale lembrar que nem todos reagem da mesma forma: uns podem chorar, outros ignoram e muitos vão demonstrando aos poucos o seu sentir;

– Fazer uso de uma verdade possível, aquela que passa pelo filtro adulto e que protege em doses certas. Nem tudo precisa chegar neles;

– Isentar os filhos de qualquer culpa. Deixar claro que eles não têm nenhuma responsabilidade nesta decisão, que o fim (ou transformação) se deu na esfera de sentimentos entre os pais;

– Afirmar de forma explícita que amor de mãe e de pai por filhos não termina nunca. Que mesmo que a relação do casal tenha chegado ao fim, a deles com os pais é inabalável; esta certeza deste amor traz conforto e segurança, tudo que eles precisam para o momento;

– Criar uma espécie de rede de proteção: avisar a escola, os professores, avós, todos que forem próximos a eles, para que ao colocar para fora dores, medos e dúvidas, estejam sempre acolhidos amorosamente;

Dói, viu? Mas as crianças respondem muito mais rapidamente do que nós. Elas se reorganizam e nos sinalizam com melhoras antes do que poderíamos imaginar. Falar com a verdade do coração, isentos de culpa – porque não estamos fazendo nada de errado – aciona uma linguagem que elas dominam. E se a gente chorar na frente deles e não conseguir? Não tem problema algum, estaremos sendo de verdade. E a verdade é muito menos nociva do que a simulação. Seguimos (juntos) este caminhar.

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O MELHOR MOMENTO NÃO EXISTE

By Manual da Separação

20 Passos para o Bom Divórcio – Passo 5: O MELHOR MOMENTO NÃO EXISTE

Viemos, nos passos anteriores, amadurecendo uma decisão que está por acontecer a qualquer momento. Um experimento que funciona é contar para alguém próximo, tornar relativamente pública para que possamos nos ouvir falando sobre este decidir ( tornar real o que até então, era abstrato). Bom que seja com alguém que nos acolha. E com sorte, ouviremos: estarei contigo para o que der e vier

É muito comum direcionar um decisão destas a algum evento futuro, a alguma data. Por exemplo: “Vamos deixar para março: março não dá porque as aulas recém vão ter recém iniciado… Abril! Abril não dá porque tem Páscoa e Páscoa tem ninho no domingo, muito traumático. Maio? Só se for depois do dia das mães. Julho tem férias, já estão organizadas, Agosto cruel demais, tem dia dos pais. Outubro dia das crianças, presentes. Tem os aniversários de todos e chegamos assim, novamente no Natal. Natal, nem pensar: é data familiar, fim de ano e logo teremos o Ano Novo E assim, um ano passou e não saímos do lugar. Sempre vai ter algo, alguém ou algum fato que nos impedirá de verbalizar esta decisão e desta forma, vamos empurrando coma barriga.

Existem casais que, nesta busca pelo melhor momento, quando viram, esperaram 8 anos. Primeiros os filhos eram pequenos demais. Depois, adolescentes demais. Ai já tinham os 15 anos da filha, a formatura do filho. E num piscar de olhos, perdemos os passos. E acabamos deixando tudo como está.

Na busca pelo momento certo, é comum os casais marcarem de sair para jantar, longe dos filhos, para tratar da separação. E, no dia, tudo dá errado. Estamos cansados, nosso interior fazendo boicotes, e nada sai direito. Mas, às vezes, num cruzar de corredor, num café da manhã, na espera da escola…sai.

Quando falamos com o coração, conectados com a nossa dor, as nossas tristezas, de forma humilde, as palavras saem fortes. Não estamos ameaçando, não estamos melhores do que o outro. Apenas estamos dividindo com alguém que fez uma caminhada longa ao nosso lado. Estamos simplesmente dando nome àquilo que existe, machuca, que também é do outro e que na hora não sabemos como se resolverá.

Portanto, não tem um melhor momento. O que temos é o nosso melhor, o possível para àquela situação. Às vezes, é aquele momento em que o coração está cansado, a mente exaustivamente trabalhada aciona a dose de coragem necessária, vem e diz: deu! Eu preciso voltar a respirar e tentar ser mais feliz.

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DESAPEGO

By Manual da Separação

20 Passos para o Bom Divórcio – Passo 4: DESAPEGO

O que te faz permanecer? O que te faz não seguir em frente? É algo material? Um lembrança do passado?

No passo anterior, sugerimos um exercício de pensar: o que é meu e o que é do outro? O que ficaria comigo e o que iria com ele. Lista na mão e três colunas a serem preenchidas: meu, dele e uma com asterísco (*) para os pontos possíveis de discórdia.

Se conseguirmos ser honestas nesta divisão solitária, a chance de termos êxito é maior ainda. Por exemplo: isto ganhei de uma amiga, isto veio da casa dos meus pais e isto ele ganhou de aniversário. O que estabelece o íntimo e pessoal, é íntimo e pessoal. No fundo, a gente sabe o que pertence a cada um. Obviamente teremos que fazer concessões e trocas, faz parte de um bom negociar. Ganhamos alguma coisa, perdemos outra. Isso também é exercitar o desapego.

Com isso, aprendemos que poucas coisas nos são realmente valiosas. Lembranças afetivas valem o investimento. E o ter pelo ter vai desmoronando dentro de nós. A mudança que uma separação traz ocorre, principalmente, dentro da gente.

Este exercício material de desapego, nos fortalece para outras perdas de naturezas diversas. Lembranças não se perdem, filhos permanecem e nós nos ganhamos diferentes. Dói deixar para trás? Certamente. Mas, nos cabe lembrar que neste momento as perdas parecem maiores porque estamos na fase da dor de vivenciar uma decisão. Num momento que ainda não temos como visualizar os ganhos (e muitos são inimagináveis). O caminho é, como viemos fazendo desde o primeiro passo, enfrentar nossas verdades. São elas que vão relativizar as perdas. Por isso o esgotar possibilidades é tão decisivo. Fiz o que podia? Dei o meu melhor para aquele momento? Então, só me resta seguir.

Tudo aquilo que pensamos numa primeira vez, tem muita importância. Nas vezes seguintes, vão diminuindo na escala de valor real. E o que não é lembrado deve certamente ficar para trás.

Mesmo que esteja doendo, uma vida novinha começa a se formar dentro da gente. É a chance de reiniciarmos de um novo jeito, num capitulo de protagonismo nosso. No fim, como nos lembra o Manual, o que realmente importa, cabe dentro de uma pequena malinha.

Seguimos.

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SEPARAR ESTANDO CASADA

By Manual da Separação

20 Passos para o Bom Divórcio – Passo 3: Separar estando casada

Ainda dentro de um casamento, incorporadas a um regime de verdades (conquistado no passo anterior), teremos um incômodo natural que traz uma sensação de que não temos mais como voltar para trás: a gente simplesmente deixa de caber. E assim, começamos aqui neste passo, pequenos hábitos e pensamentos que tornam a ideia da separação algo mais concreto.


Já vivenciamos a sensação de que tudo que estava ao nosso alcance foi efetivamente tentado agora, tentaremos trazer esta conclusão para dentro da nossa rotina. Envolve um tanto de desconstrução de um alguém que já não somos mais e, dia a dia, ao enfrentarmos de frente a possibilidade real de um divórcio, vamos nos fortalecendo e afastando alguns medos normais.
É neste momento que nos concentramos na gente, nos fortalecendo emocionalmente: terapia, auto-sustento, independência emocional e tantas outras formas que nos levem para o que for mais confortável.

Há relatos de quem tenha buscado nesta etapa cursos, grupos de corrida, ioga, um novo emprego, terapias variadas. Se traz uma conexão maior com o teu próprio “eu”, está valendo. É a gente se dando colo e se auto abastecendo – lindo de se ver.

É estar dentro de uma formatação, de um compromisso que já não nos faz feliz e pensar: não vou precisar mais disto. É dizer não para o que não nos dá prazer. É investir num café sozinha, em momentos de lazer apenas com os filhos. É correr para os amigos e ficar bem, sozinha em casa. E se experimentar um pouquinho mais, a cada dia.

Estar num ambiente da casa da gente e pensar: o que é de cada um? O que eu levaria comigo daqui? É um ótimo exercício que será muito útil quando falarmos do passo de desapego. Portanto, diariamente e gradativamente vamos nos separando por dentro. Estamos nos experimentando, fazendo um jogo com o nosso imaginário e colocando em prática. Achando soluções e possibilidades e nos desencolhendo sem nos darmos conta.

O fim de uma relação, com toda dose de dor que vem com ele, nos traz uma possibilidade real de crescermos. Podemos fazer um bom uso deste momento para sermos mais.

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