Chegamos ao fim

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 20: CHEGAMOS AO FIM

Chegamos no último passo do Manual da Separação. Na verdade, não é um passo que traz direcionamento. Ele vem para provar resultados através de relatos de mulheres que vivenciaram um divórcio e se reconstruíram, ou não.

Muitas, olhadas de fora, pareciam plenas delas mesmas, em novas composições familiares e novos rumos. Porem, quando as perguntas invadiam fatos passados, recuavam, desistiam, pediam para não falar. Foi aí que ficou claro a importância dos passos: àquelas que fizeram do divorcio uma oportunidade para crescer, que vivenciaram a dor como um caminho natural de cura, estavam realmente reconstruídas, em paz com elas mesmas e com a sua própria historia. Enquanto que outras, as vezes pela urgência da própria dor, criaram atalhos para uma nova vida, sem referendar o caminho. Elas simplesmente chegaram ali e não sabiam como. Acumulavam dores, raivas e aquele buraco que faz com que este assunto não seja bem-vindo. Tive que desistir de muitas entrevistas e mesmo assim, aprendi com todas elas. Mas, o mais importante: me mostraram que eu estava certa.

Para um bom divorcio é preciso ter paciência, comprometimento, estabelecer prioridades e fazer as pazes com a gente mesmo.

Convido vocês a observarem alguns relatos, aqui compartilhados para perceberem que é possível um melhor caminho. Separar bem é sim uma decisão da gente, independente do outro. O que não quer dizer que seja fácil, porquê não é.

“Nos últimos meses eu me auto abraçava na cama. Já tínhamos nos separado há muito tempo, e eu não queria ver.”

“Vivíamos de ilusão. Casamento morno e de fachada. Tinha espaço, sim, para ele buscar alguém. Acabou acontecendo. ”

“Numa noite, minha filha veio chorando e pedindo o papai de volta. Chorei com ela, querendo ele também. Mas no fundo eu sabia que, depois de quebrado, não tinha mais volta. ”

“Eu namorei, noivei, casei, tive filha. E nada me fazia feliz. Nada. Vivíamos o dia a dia. Um dia, falei que não era feliz e que não queria mais. Doeu muito. Mas foi o dia que mais gostei de mim. ”

“Quando ele saiu com o pai para um primeiro final de semana, bati a porta de casa e fui encostada nela, me abaixando lentamente, com uma dor absurda dentro de mim. Não me lembro quanto tempo fiquei ali. Só sei que chorei por horas até esvaziar tudo que tinha. Depois disso, a cada ida, doía menos. ”

“Ontem no almoço de domingo olhei para os meus meninos do primeiro casamento, dando pão para a minha bebê do segundo casamento. Meu marido contando piada, com as filhas dele me ajudando a servir e me senti a pessoa mais feliz do mundo. E olha que eu já estive no fundo do poço. ”

“Hoje, depois de tudo, toda a vez que encontro o pai dele, penso: porque eu não me separei antes? Estamos todos muito melhores e mais felizes. Gosto do pai dele, só não gosto para mim. ”

“Demorei anos para me recuperar de uma traição. Tive muita raiva e acabei dificultando. Tempos depois me dei conta que já tínhamos desistido de nós mesmos. Só que era cômodo manter. Foi sofrido. Mas, depois de alta na terapia, conheci o C. Entendi que o que tinha era nada. Casei cedo demais, tive filhos.

Fui cuidar de mim muito tempo depois. ”

“Hoje somos avós de quatro lindas meninas. Nos casamos de novo ao longo da vida. E quando dividimos momentos familiares, me sinto uma sábia e bem vivida senhora de 70 anos. Gosto de mim, sabe? ”

“Quando o avião pousou e vi que teríamos um final de semana só para nós, sem filhos, pensei: acho que deveria dar a mão para ele. Me dei conta que estava no automático. Transava só para não criar problema e ouvir reclamações. ”

“Foi um fim tão triste. Choramos quando contamos para eles. Crianças choravam também. Mas passa, viu? Nem lembrava mais disso. Tive apertos ao longo da separação e depois dela. Me senti sozinha e com medo. Mas a cada ganho pessoal, me sentia orgulhosa de mim mesma. Acho que é para isso que funciona. Para sabermos que podemos ir além. ”

“Sabe qual a melhor parte de mim? Meus filhos. Como poderia sustentar um ódio pelo pai deles? Impossível. Trouxe todos para perto de mim. As crianças vibram quando estamos todos harmonicamente juntos. Ah! Te contei que quando ele viaja com a atual esposa e meus filhos, sou eu que fico com o cachorrinho deles? E as crianças adoram contar isso. ”

“Sabe aquele medo de se decepcionar com a gente mesmo? Pois, então. Ou eu fazia alguma coisa naquele momento, ou eu envelheceria presa ali e infeliz. Foi a atitude mais certeira que tive. Não me arrependo. ”

“Até hoje, quando lembro de algo daquela época, me arrepio. Foi uma luta. Mas isso é vida, né? E ela pode ser bem menos complexa se for vivida de verdade. A minha é de verdade. Com altos e baixos. Deixa eu pensar um pouco…. Sim, eu sou mais feliz depois de tudo. ”

By: Núcleo da Separação

A volta às aulas durante a pandemia

O risco da pandemia para as crianças existe tanto na opção de permanecer em casa, com ensino remoto, como na volta às aulas. É visto que o isolamento social provoca efeitos ruins para o aprendizado das crianças, bem como para o desenvolvimento físico e mental. Ele ainda é particularmente prejudicial quando amplia as situações de desigualdade escolar no Brasil. 

Segundo o infectologista pediátrico Marcelo Otsuka, as crianças apresentam casos menos graves, mas podem contribuir significadamente para a transmissão da doença. Dessa forma, o retorno ao estudo presencial pode ser perigoso para os profissionais, professores, pais e cuidadores. Tomar as medidas corretas para a proteção dos pequenos, portanto, além de ser correto perante às regras das escolas e dos decretos municipais, salva vidas.

Organize o material individual

A lição mais importante que a pandemia do Novo Coronavírus trouxe é: não compartilhe materiais, principalmente aqueles de beber/comer. Não parece surreal que, até poucos meses atrás, dividíamos copos? Bebedouros? O mundo pós COVID-19 não tem espaço para isso. Portanto, todos os materiais das crianças devem ser identificados com seu nome e sobrenome para evitar trocas.

Em relação ao uso de máscaras, a orientação, é, além de levar a que a criança já estará usando, ter uma reserva para trocar a cada 2 horas. Para isso, é necessário dividir essas máscaras em saquinhos: um para as limpas, outro para as usadas. A própria máscara também deve estar identificada com adesivos para tecido – ou personalizadas na própria estampa -, a fim de impedir qualquer confusão. Atenção! Crianças de até 2 anos não devem utilizar máscara. 

Oriente a criança

O seu filho ou a sua filha sabe por qual motivo está utilizando máscara e álcool em gel? A criança, mesmo que de forma não 100% consciente, entende as mudanças que estão ocorrendo. Se você não explicar da melhor maneira, ela irá interpretar os fatos sozinha, o que pode causar medo, angústia ou pânico. Não subestime a capacidade da criança de entender a realidade. Esclareça, portanto, utilizando o diálogo mais adequado para cada idade. Você pode, por exemplo, explicar que a máscara “reduz o medo”, ou que o transforma em um super-herói ou heroína, por salvar outras pessoas.

Dicas para normalizar o uso da máscara

Para que você consiga criar uma associação positiva à máscara, é importante normalizá-la na vida da criança. Lembre de fazer isso sempre com tranquilidade, e deixe claro que as medidas são temporárias. Além disso, explique que o ato interfere na saúde das pessoas ao seu redor: pode ser uma boa oportunidade para abrir um diálogo sobre coletividade, vida em sociedade e empatia.

Compre/faça máscaras decoradas

O objetivo é fazer com que a criança tenha vontade de usar o acessório, certo? Nada melhor, portanto, do que tornar as coisas mais leves e descontraídas, utilizando máscaras, de fato, infantis. 

Use os brinquedos como cobaias

Já pensou em explicar o uso da máscara utilizando um ursinho ou um boneco? Pode ser uma maneira incrível de orientar a criança sobre a colocação do material, por onde segurar ou o que não se deve fazer. Cuide para sempre falar em tom positivo, focando nos benefícios das medidas de segurança, e não em tom punitivo.

Busque referências de outras crianças usando máscara

É interessante mostrar que todas as crianças do mundo inteiro também estão precisando se adaptar a essa realidade, por um bem comum. Isso gera uma sensação de pertencimento e responsabilidade para com o outro, legitimando as medidas.

Faça jogos de expressão

Quem diria que a expressão dos nossos olhos se tornaria tão marcante? Aproveite a situação para estimular uma percepção diferente de emoções, sentimentos e semblantes. Crie um jogo de adivinhação, em que a criança não pode pronunciar palavras, mas somente se expressar com o olhar. Além disso, tente acostumar a criança à mudança em relação aos cumprimentos: não podemos mais abraçar ou beijar as pessoas, mas quais outras opções – igualmente humanas e carinhosas – podemos aderir? Esse é o mote das plaquinhas da saudação.

O que esperar das escolas

É importante que os pais estejam próximos à coordenação das escolas para verificar se as medidas de segurança estão, realmente, sendo tomadas. A disponibilização de álcool em gel, limpeza dos ambientes com produtos adequados, cuidados com a higiene dos espaços é fundamental para que se mantenha o controle. A escola também deve aumentar a oferta de materiais ou brinquedos, para minimizar os compartilhamentos, bem como orientar as crianças em momentos como hora do lanche ou recreio.

Rodízios e divisões de turma também são ações muito bem-vindas, mas dependem da realidade de cada local. Como mãe ou pai, atente-se para cumprir as regras estabelecidas e garantir a saúde física e emocional das crianças, que tiveram a rotina tão fortemente alterada durante a pandemia.

Conclusão

A volta às aulas pode causar muita aflição e angústia para os pais, mas não deve ser vista dessa forma pelas crianças. O aprendizado presencial tem enormes vantagens, entre elas o estímulo ao desenvolvimento cognitivo e social da criança. O risco causado pela pandemia do Novo Coronavírus é real, e deve ser respeitado: mas nunca de forma pesada. Portanto, torne o momento mais agradável e conte com a ajuda da BBDU para dar aquela forcinha! 

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Novas famílias

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 19: NOVAS FAMÍLIAS

Hoje (depois de todos os passos) vivemos de forma mais autêntica. Em sintonia com a verdade de cada um. Crescemos neste processo todo e acabamos por nos conhecer mais. Nos reconstruímos de um jeito ou outro. Descobrimos que família se estabelece onde tem afeto e pode se dar nas suas mais variadas composições. Mãe e filhos. Pai e filhos. Mãe e mais alguém, com filhos dos dois. Duas mães, dois pais, pais sócio afetivos. E o que passa a ser mais valorizado: o amor de forma mais ampla.

Tudo, no fim das contas, é muito mais simples do que fantasiamos. E o elemento que faz a diferença é, novamente, a nossa Verdade. Não deu certo e separamos. Não éramos felizes e queremos ser mais. Erramos, acertamos. Reencontraremos o amor e ele virá para perto de nós, de um jeito ou outro.

Um dia a proposta “vamos misturar?” pode vir a ser uma das frases mais lindas que ouviremos ao longo da vida. E se olharmos para trás, lá longe, lá onde nos demos conta que um casamento chegava ao fim, lá onde se viam dores gigantescas e caminhos tortuosos, e repassarmos toda a trajetória até aqui nem acreditaremos quanto caminhamos e quanto estamos mais. Mais tudo.

Com total sentido.

Viu como pode dar certo?

Respira longamente. Fecha os olhos. Agradece.

Conseguimos.

                                                                                               By, Manual da separação

                   

Distúrbios de Sono nas Crianças: o que fazer?

O sono é um dos fatores que garantem o bom funcionamento do corpo, seja dos adultos ou das crianças. Você já parou para pensar se o seu(sua) filho(a) dorme bem? Segundo um estudo realizado neste ano, em Shaanxi, na China, com 320 crianças e adolescentes, 21% estavam apresentando quadros de distúrbio de sono, e 14%, pesadelos. Embora comuns, esses distúrbios são dificilmente diagnosticados em consultas médicas pediátricas, muito pelo fato de que alguns pais não acreditam que isso seja uma questão da medicina, e acabam por omitir tais informações.

No entanto, cabe o alerta: quando a intervenção ocorre de forma tardia, esse problema pode persistir por anos. É fundamental acompanhar o comportamento da criança em relação aos momentos de descanso, que é quando se recupera as energias, otimiza o metabolismo e regulariza as funções hormonais essenciais para um bom desenvolvimento do corpo e mente.

Como funciona o sono

O sono é fisiológico, ou seja, é regulado pelo relógio biológico ou Ciclo Circadiano. Isso significa a ideia de que todo organismo vivo no planeta Terra responde ao Sol. Os seres, portanto, têm seu comportamento determinado pelo ciclo de rotação da Terra, feito em 24 horas. É ele que aciona e regula funções vitais de nosso comportamento, como o sono, o metabolismo, a temperatura corporal e os níveis hormonais. 

De acordo com a National Sleep Foundation, conforme a idade, recomenda-se um período específico de horas de sono:

Recém-nascido (0 a 3 meses): 14 – 17 horas de sono por dia;

Bebê (4 a 11 meses): 12 – 15;

Criança (1 a 2 anos): 11 – 14;

Pré-escolar (3 a 5 anos): 10 – 13;

Idade escolar (6 a 13 anos): 9 – 11;

Adolescente (14 a 17 anos): 8-10;

Jovem e adulto (18 – 64 anos): 7 – 9;

Idoso (+65 anos): 7 – 8.

A pandemia e os distúrbios do sono

O contexto da pandemia altera profundamente a rotina e programação anteriormente estabelecidas. O isolamento e o acúmulo de estresse interferem na regulação do sono, que é essencial para o desenvolvimento infantil. Há, ainda, evidências da influência desses fatores sobre a plasticidade cerebral, que é a propriedade do sistema nervoso que permite o amadurecimento de alterações estruturais em resposta a experiências e estímulos repetidos. Consequentemente, o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança acaba sendo afetado. 

Os principais sincronizadores do sono são os horários dos compromissos. Sem eles, podemos perder a quantidade e/ou qualidade do sono, criando ainda conflitos de incompatibilidade de rotina, quando em contexto familiar. Toda essa mudança ocasionada pela pandemia do Novo Coronavírus demanda um processo de readaptação, o que, para crianças, pode ser mais demorado do que se imagina.

Insônia

A insônia é uma disfunção de sono que impacta entre 20% e 30% das crianças, conforme o artigo Distúrbios do Sono na Infância, de Camila dos Santos El Halal e Magda Lahorgue Nunes. Os sintomas característicos são: dificuldade de início ou manutenção do sono, despertar mais cedo que o desejado e dificuldade de adormecer sem intervenção dos pais ou cuidadores. Muito comum também nas crianças de até 12 anos, a insônia comportamental, ao contrário de uma doença, é uma adoção de comportamentos e rotinas desfavoráveis ao sono adequado.

Dessa forma, estabelecer limites de horários é extremamente importante, para evitar que a insônia ocorra pelo simples hábito inadequado. Além disso, deve-se estar atento aos sinais de ansiedade, mudanças de humor ou comportamento, bem como sintomas físicos como dor ou cólicas, otite, refluxo, crise de asma ou obstrução das vias aéreas. É fundamental também entender se a criança está tomando algum medicamento que possa ter influência, como, por exemplo, estimulantes ou remédios para déficit de atenção.

Distúrbios respiratórios do sono

Muito comuns também são os distúrbios nada relacionados a comportamento, mas sim à respiração. Essa especificação abrange anormalidades de respiração e ventilação, que obstruem parcial ou completamente as vias aéreas superiores (VAS), causando um aumento de esforço respiratório. 1 a 5% das crianças são afetadas com essa dificuldade, principalmente entre 2 e 8 anos.

Entre os fatores de risco, estão as ocorrências familiares de SAOS (apneia obstrutiva do sono), prematuridade, obesidade e doenças neuromusculares. A longo prazo, esses distúrbios respiratórios de sono podem levar a problemas estaturais, hipertensão arterial sistêmica e hipertrofia ventricular direita. Os sintomas são variados:

  • Dificuldade para respirar em, ao menos, três noites por semana;
  • Enurese noturna secundária (xixi na cama, de forma involuntária);
  • Hiperextensão cervical durante o sono;
  • Cefaleia matinal (dor de cabeça);
  • Sonolência diurna, desatenção ou hiperatividade;
  • Dificuldades na aprendizagem.

Dicas que ajudam a evitar distúrbios do sono

Considerando que a insônia comportamental é muito frequente entre as crianças, existem algumas boas práticas que podem ser seguidas para que se construa uma rotina saudável e propícia para um sono adequado.

Jantar leve

A última refeição realizada deve ser, pelo menos, 3h antes do sono, para que seja possível uma digestão adequada. O jantar, portanto, além de cedo, deve ser leve. É bom evitar as comidas com açúcar ou cafeína pois elas proporcionam energia. 

Estabelecer horários

Apesar da pandemia ter confundido a rotina, é essencial estabelecer horários. Reproduzindo sempre os mesmos hábitos e evitando alterações aleatórias – sem explicação ou motivo -, a criança conseguirá ajustar o seu relógio biológico, regulando os ritmos vitais e de controle de sono. Considerando o tempo recomendado de sono de cada faixa etária, deve-se buscar estimulá-lo um pouco antes. Ou seja, se a criança irá dormir às 21h, para fechar as horas necessárias de sono, a partir das 20h ela já pode estar deitada, evitando o uso de eletrônicos, em processo de relaxamento.

Uma dica é utilizar o Reloginho tá na hora de que?, facilitando a negociação do horário com a criança: a combinação pode ser que ela pode ficar acordada até o ponteiro chegar na hora de dormir.

Ambiente confortável para o sono

Criar um ambiente atrativo e relaxante no quarto é super importante e facilita muito. Coloque na cama objetos que a criança gosta, e que a fazem se sentir acolhida. A iluminação em tons mais quentes e indiretos também estimula a tranquilidade e a calma, respeitando o Ciclo Circadiano. Um ponto que merece atenção também é: qual a visão do seu(ua) filho(a) em relação ao ambiente em que dorme? Evite colocar a criança de castigo – ou naquele “cantinho do pensamento” – na cama, por exemplo, pois assim ela irá criar uma associação ruim com o ambiente de sono.

Uma dica é realizar a leitura de alguma história, mas sempre com um ambiente silencioso, em baixo tom de voz, e sem excesso de agitação. Aproveite a sessão de livros da BBDU!

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Os meus, os teus, e deu?

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 18: OS MEUS, OS TEUS, E DEU?

O tempo de cada um é singular. E nem sempre o que significa reconstrução para uma, é o mesmo para outra.

Neste momento, temos a vantagem de que, pós-experiência de uma separação, estaremos mais inteiras de nós mesmas e com um conhecimento mais evidente do que somos, do que não somos, do que queremos ou não.

Para algumas mulheres, só se reconstrói quando se ama de novo, casa de novo e, algumas vezes, só tendo outros filhos para reconfigurar uma família. Para outras, somente através do autoabastecimento, daquele que se conquista no passar do tempo.  Ainda, há mulheres que acreditam em relações eventuais e direcionam o foco para si mesmas e para os filhos.

E o que seria “dar certo”?

Não há uma única forma. Certo é aquilo que convém a cada uma e que faz encerrar o dia, de forma mais tranquila. É ter paz na alma, caminhar segura com a certeza de que fazemos o nosso melhor, todos os dias.

Às vezes, podemos ser felizes apenas com os nossos. Às vezes, com os nossos e mais alguém. E ainda: os nossos e os dele. Os nossos, os dele e os em comum. A mistura é o que melhor representa o amor. Traz pedaços da gente que compõem com os do outro. É uma costura humana de riqueza sem tamanho, porque traduz vontade. Vontade que dê certo. Vontade de amar de novo e começar do nada. Só que de um nada mais recheado de tudo, de histórias e vivências que potencializam as chances de dar certo, do jeito que for.

Recompostas, o que faremos ou não desta liberdade é algo tão íntimo que dispensa qualquer tipo de julgamento.

Linda toda e qualquer forma de reconstrução. E bem vindas sejam todas elas e todas as formas de (“re”) amar.

                                                                                               By, Manual da separação

                   

Inteligência emocional na quarentena: como lidar com os sentimentos das crianças?

2020 vem sendo um ano diferente. A pandemia do Novo Coronavírus bagunçou a rotina de todos: adultos e crianças. O isolamento social salva vidas, mas também pode causar transtornos perigosos, como ansiedade e depressão. Segundo dados do Google, a pergunta “como lidar com a ansiedade” bateu o recorde de interesse da última década. Houve, ainda, um aumento de 98% nas buscas sobre o tema de transtornos mentais, durante o ano.

Segundo o médico psiquiatra Helio Lauar, da Central Psíquica (CEPSI) o ser humano nasce em uma condição de desamparo, necessitando de cuidados. Desde o nascimento, ele aprende que precisa do outro para sobreviver. Por consequência, a falta de convívio com outras pessoas é motivo de sofrimento e angústia. Mas não é momento para pânico, e sim aprendizado e reflexão. Confira!

Como as crianças são afetadas?

O estresse causado aos pais pela pandemia acaba repercutindo nos filhos. Em meio ao caos de informações relacionadas ao Novo Coronavírus, as percepções chegam às crianças através de muitos fatores, como as emoções das pessoas próximas, as mudanças de rotina e  situações de sofrimento. A restrição de tarefas como ir à escola, brincar com os colegas ou visitar os parentes próximos pode gerar angústia, medo e desamparo, ocasionando um ciclo de ansiedade. Dessa forma, torna-se fundamental criar um diálogo e esclarecer a realidade

Para a psicóloga Roberta Desnos, coordenadora pedagógica do Laboratório Inteligência de Vida é importante explicar a situação: “Converse com as crianças de maneira tranquila e honesta e de acordo com a capacidade de compreensão de cada idade. Não infantilize a criança ou desconsidere sua percepção da realidade. As crianças estão passando por esse período de distanciamento social e também tiveram suas vidas alteradas”.

A melhor forma de oferecer suporte às crianças nesse momento, portanto, é através da comunicação. Além de conversar sobre os acontecimentos, também é essencial que se converse sobre como a criança está se sentindo em relação a isso. É necessário criar um ambiente seguro para que ela consiga expressar suas emoções, estabelecendo uma relação de confiança e cumplicidade. 

Como lidar com as crianças durante o isolamento social?

Além da transparência e da comunicação como meio de esclarecimento de dúvidas e alívio de sentimentos, é preciso fazer mais. Principalmente para pais que estão em home office, torna-se fundamental criar alguma distração para a criança em casa, considerando os colégios fechados ou com restrição de horário. Para isso, temos algumas dicas:

1. Ler em família

Passar o dia inteiro em casa pode ser desmotivador. Um dos grandes desafios da quarentena é diversificar as atividades, mesmo com as limitações. Para isso, os livros podem ser aliados. É uma boa oportunidade para estimular a criatividade, capacidade de foco, e combater a ansiedade. Existe ainda a literatura educativa, que pode ser uma maneira leve de discutir temas importantes, que acabam se tornando mais sensíveis nos momentos de isolamento social. Recomendamos o livro Como fazer de um dia chato algo espetacular.

2. Cuidar das plantas ou animais domésticos

Outra forma interessante de despertar o sentimento de sensibilidade e compaixão nas crianças é dá-las a responsabilidade (compartilhada) de cuidar de algum ser vivo, seja ele uma planta ou um animal. O estímulo de olhar com carinho para o meio ambiente e a natureza é extremamente importante para um crescimento mais saudável e consciente em relação às questões sustentáveis, que fazem parte de um compromisso de toda sociedade.

3. Incluir a criança nas tarefas domésticas

Pode ser uma boa ocasião para incentivar a participação das crianças em pequenas tarefas domésticas: guardar os alimentos após a refeição, alcançar os temperos para quem está cozinhando, lavar a salada. Esses exercícios, além de desenvolver a autonomia e independência, proporcionam um senso de responsabilidade com os cuidados da casa.

4. Manter uma rotina

Tudo mudou! E, claro, a rotina das crianças precisa ser adaptada. Mas isso não é motivo para que não se tenha rotina. Estabelecer horários é importante, tanto para manter a criança regulada em relação a estudo, alimentação e sono, bem como para fomentar a disposição e evitar desânimo. Uma dica é utilizar planners e quadros de incentivo ou rotina

5. Incentivar o exercício físico

Vale tudo! Ginástica, esporte, meditação, alongamento, dança. É fundamental fazer com que a criança gaste energia e alivie o estresse. Além disso, esse tipo de atividade também auxilia no sono, diminuindo a ansiedade e causando uma sensação de exaustão saudável. Quem sabe criar uma coreografia da música preferida?

6. Conversar sobre os sentimentos

Como já falado, o momento é de conversa constante. Não basta um diálogo isolado, ele precisa ser frequente. Até porque, quanto mais houver incentivo, mais fácil será para a criança se expressar e falar sobre seus sentimentos e angústias. Existem mecanismos que podem ser interessantes para ajudar nesse processo, como o Pote da Calma, o Pote da Gratidão ou o Imã Dentro de Mim

7. Alimentar as amizades

Apesar de afastadas do convívio presencial, as crianças podem – e devem – manter contato digital. Felizmente, hoje em dia é possível realizar uma videochamada entre os colegas de turma, ou com os avós que estão isolados. É imprescindível manter e, quem sabe, até intensificar, os vínculos afetivos da criança. 

Quando pedir ajuda?

Sempre que não houver sinais de melhora. A saúde mental, em meio ao isolamento social, de fato fica muito comprometida. No entanto, se os pais se empenham para buscar meios de incentivar e ajudar as crianças, e mesmo assim não há uma reação positiva, talvez seja o momento de procurar ajuda profissional – para os pais, e para as crianças. É preciso lembrar que as emoções dos filhos, muitas vezes, são reflexo das emoções dos pais. 

Ei, pai/mãe! Não se cobre tanto!

A situação é nova para todos, inclusive para os pais. Portanto, não é o momento de cobrança. É uma fase de novas descobertas e reflexões. Tudo bem não saber exatamente como lidar com o “novo normal”: ninguém sabe. Em matéria de isolamento, somos todos crianças em processo de aprendizado. Se permitir também faz parte do processo. O importante é estar atento e procurar ajuda, sempre que necessário. 

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Namorados que chegam

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 17: OS NAMORADOS QUE CHEGAM

Um acontecimento comum, já inserido nos momentos de melhora e reconstrução, é o surgimento de namorada/namorado dos pais. Ás vezes, na hora certa, quando as dores estão curadas e a família já esta reconstruída a ponto de ter um espaço tranquilo para esta chegada. Ás vezes, de forma precoce, ainda quando vivem um luto podendo desencadear dores, raiva e retrocesso nos acordos pactuados. O que sabemos é que isso vai acontecer e é normal que aconteça. É um marco divisório entre o que era passado e o que é presente.

Como em tudo, o bom senso é um ótimo sinalizador para análise da hora certa. Do quanto nossos filhos estão prontos e preparados, porque a perda numa separação é deles também.

Trabalhando com a ideia de idealizações, o indicado é que esta figura entre gradualmente na vida de todos. E também quando se tem alguma certeza de que ela representa algo sólido que justifique esta aproximação com os filhos. O processo de conquista é muito importante e nem sempre é fácil. Vai ter ciúme, vai ter a sensação de ameaça, de medinho de perder para aquele ser estranho até que as posições fiquem determinadas.

Assim como a entrada gradual, a certeza de que a namorada ou o namorado não estão ali para roubar lugar de ninguém, e sim para acrescentar, pode trazer a sensação de que as coisas estão se ajeitando internamente. Cada um tem o seu papel, e juntos poderão formar, sim, uma nova família. Pai e mãe são insubstituíveis e não correm risco algum. Estas figuras servirão para fazer com que os pais estejam mais felizes e podem, muitas vezes, servir de outros modelos para a criação dos nossos filhos.

Tudo está intimamente ligado a quanto saberemos fazer escolhas saudáveis. Incluir alguém novo sem preparo, atropelar o processo de aceitação, abandonar os filhos com a desculpa de que está cuidando da sua tão esperada felicidade, trocar de namorados como a troca de estações, não. Mas aí cada um tem a dor e a loucura de ser o que é, não é mesmo? E não vai ser a nova namorada ou o novo namorado que trarão este “novo” comportamento de pai ou mãe. Muitas verdades se mostrarão aqui. Pai que não era muito pai e que dá uma sumida para curtir a vida, que não pega em final de semana que é seu, na verdade, está apenas sendo o pai que sempre foi. Mãe que deixa os filhos num feriado com a empregada, sem avisar ao pai, e vai viajar com namorado “escondida”, está provavelmente mantendo o seu mesmo padrão de mãe que sempre existiu. Eles serão apenas desculpas para um comportamento já conhecido.

Sentir um incômodo e certo ciúme é muito normal também. Até porque os filhos voltam excitadíssimos com a novidade! E como é a namorada do papai? Vai ter a fase dos elogios e vai parecer que do lado de lá tudo é o máximo. E tomara que seja. Às vezes é um empurrão para que sigamos em frente também. Mil vezes um ex feliz do que um ex enchendo nosso saco. Mil vezes o entregar as crianças querendo um tempo para si, para namorar um pouco, do que alimentar a dor de que eles foram para o lugar perfeito, para um casal “perfeito”, e eu aqui.

Porque, depois de um divórcio, sabemos que não existe perfeição nenhuma. Vale lembrar e fazer uso do conhecimento que temos do ex e de tudo que não deu certo e não servia mais para a gente. Namorados podem ir e vir. E se ficarem, os filhos terão os pais para garantirem que estarão sendo bem cuidados também por eles. E se dói muito, além da conta, a busca de cura deve ser internamente trabalhada. Um novo amor cura, sim, antigas feridas. Mas um amor próprio em dia, faz milagres.

                                                                                               By, Manual da separação

                   

A vida continua

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 16: A VIDA CONTINUA

Quando nos confrontamos com os primeiros momentos em que ficaremos sozinhas, no início pode ser meio aterrorizante. Mas, no desenrolar de todo o processo já vivido, a cada adversidade superada, aprenderemos a estar em paz com a nossa própria companhia e assim, estes momentos vão sendo cada vez mais apreciados. Valorizar os colos recebidos, a possibilidade de um recomeço em outro lugar – ou no mesmo, numa nova releitura de espaços-, estar em dia com a nossa auto estima e acreditando no nosso potencial de recuperação, isentas de culpas e maiores na aceitação, tudo tende a amenizar.

Assim, chega um momento, e chega mesmo, que nos damos conta que passaram 24 horas e nem lembramos de nada que nos associasse à dor, culpa, remorso ou simplesmente à figura do/a ex. Entramos no ritmo da vida, assistimos a um filme, lemos um livro, uma conversa amena e, ops! Não é que conseguimos nos desligar mesmo? São primeiros momentos que vão surgindo cada vez com maior frequência e que irão espaçando as dores, os medos ou qualquer pensamento ruim.

E chega o dia também que dentro de um momento tão bom com os nossos filhos nem lembramos de outra configuração familiar. Como se o presente vencesse o passado em intensidade. Estes momentos de respiro vão aparecendo mais seguido, aumentando nosso potencial de voltar a sonhar. Passamos a fazer novos planos e a nos imaginar fazendo algo que antes nem pensávamos: um curso, uma experiência em algo novo, um coração preenchido novamente da gente e até com sinais de espaço para mais alguém.

Se estamos recheadas de nós mesmas, se buscamos pequenos momentos de prazer, vamos nos transformando novamente. Se saímos machucadas ao final de um casamento, saímos maiores também. E neste momento do voltar a viver mais, apreciando pequenas coisas, vamos ficando maiores. E sabe quem percebe primeiramente este agigantamento? Nossos filhos.

Chega a hora que damos tchau para eles sem dor; que ficamos sozinhas numa noite de sábado, abrimos um vinho e vamos comer felizes na frente da tv. Que não vemos o tempo passar ao lado de uma boa conversa com uma amiga. Que nos sentimos acolhidas pela nossa família de origem e nos damos conta que estamos mais felizes e mais nós mesmas dentro do nosso habitat. E um dia, sem mais nem menos, nos apaixonamos novamente. Lembramos que antes de uma esposa sofrida, de uma mãe culpada, ainda somos mulheres. Com o diferencial absoluto de termos em nós uma história a mais para contar. Uma experiência vivida que nos ensinou muita coisa. Fazer novas escolhas, por exemplo, é uma chance de nos reescrevermos e recomeçarmos (por fora e por dentro).

                                                                                               By, Manual da separação

Burnout na infância: seu filho está esgotado?

Falta de ânimo, sensação de esgotamento constante, insegurança, pessimismo, desmotivação, vontade de isolamento… Dificilmente você relacionaria esses sintomas a uma criança. Afinal, infância nos remete a muita energia, curiosidade e vontade de explorar. No entanto, a Síndrome de Burnout, distúrbio psíquico marcado pela sensação de exaustão, tensão emocional e estresse crônico, gerado à dedicação excessiva ao trabalho ou ao cuidado com os filhos (Mommy Burnout), tem aparecido também entre os pequenos. O burnout na infância se relaciona, principalmente, a rotina sobrecarregadas e cobranças exageradas. Mas como identificá-lo e tratá-lo?

Seu pequeno está esgotado?

A síndrome de burnout em crianças é resultado, geralmente, de níveis elevados de estresse ou frustração durante um longo período de tempo. Sendo esse um sinal para reduzir o ritmo e rever o dia a dia do pequeno. Para isso, é fundamental que pais e professores estejam atentos aos sinais que indicam burnout na infância de alunos e filhos.

Confira, a seguir, alguns desses sintomas, 5 sinais que podem indicar burnout na infância:

  1. O pequeno costumava chegar em casa empolgado, fazer as tarefas e contar em detalhes sobre seu dia. Agora, é preciso lembrá-lo de suas responsabilidades e não se abre mais. É preciso insistir para que conte sobre o dia e mesmo assim ainda reclama.
  2. Tristeza, cansaço e desmotivação passam a ser uma constante. Queixa-se regularmente e encontra desculpas para evitar o convívio social, mesmo eventos que antes se empolgava para ir, como aniversários dos amigos da escola, por exemplo.
  3. A segurança e confiança são substituídos por ansiedade e, por vezes, medo. Em dias de prova, chora ao estudar e tem dificuldades para dormir.
  4. A postura de positividade e animação é substituída por impaciência, irritação, cansaço, incômodo constante, questionando e criticando tudo.
  5. Antes costumava se dedicar aos estudos e obtinha bons resultados. Agora, tem dificuldade para se concentrar e o rendimento escolar tem caído.

By Luciana Tisser

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O que fazer com a Raiva

20 PASSOS PARA O BOM DIVÓRCIO – PASSO 15: O QUE FAZER COM A RAIVA

By Manual da Separação

A este altura dos passos sabemos o mal que a raiva provoca em todo o sistema familiar, o quanto dificulta a relação entre os pais e que dela os desdobramentos são sempre prejudiciais. Também sabemos que sentimentos originados de rupturas, como a raiva, fazem parte do contexto. Vindos de finais de expectativas de projetos de vida, de mágoas acumuladas, de fatos graves que tenham ocorrido e que provocam, inevitavelmente, desconforto na presença do outro e necessidade genuína de mostrar esta dor, enfrentar o outro e conflitar.  Muitas vezes, dando a sensação de que investir no conflito seria a melhor forma de dar conta de algo tão ruim.  

Se olharmos para estes sentimentos como algo esperado, normal para o processo, estaremos nos acolhendo e sabendo que com o devido tempo de cura, tudo irá se acalmar. O problema é quando a raiva ultrapassa o razoável: quando em detrimento dela, deixamos de proteger nossos filhos. Quando passa do ponto que define o que é nosso do que é deles. 

Independente do desfecho de cada relação, certamente os filhos não têm absolutamente nada a ver com isso. Assim, em casos em que a raiva esta desmedida, comprometendo o vinculo dos filhos com o outro, respingando dor em quem não deve carregar, precisaremos olhar com cuidado para ver se não há indicio de alienação parental ou, numa dose menor de sentir/agir, o quanto a busca por uma ajuda técnica poderá ajudar a ultrapassar este ponto de dor, facilitando a sua compreensão e a análise de todo o contexto do que a provoca. 

A raiva é um grande impeditivo para se fazer uma virada. Ela faz com que a gente se aprisione ao passado. Faz com que as pessoas não percebam nem as coisas boas que podem estar acontecendo ao redor delas mesmas. É uma prisão perigosa e que forma raízes profundas. 

É por ela que brigas judiciais são mantidas de forma interminável, por ela que identificamos impeditivos para fechamento de acordos, jogos de trapaças, investimento num ódio familiar para todo o sempre. E nisso, nesse tipo de relação comprometida não tem final feliz. As dores serão perpetuadas nos filhos e netos. E mais adiante, lá no finalzinho da vida, qual foi o ganho mesmo? 

Identificando este sentimento, nós o normalizamos, aprendendo a identificar a origem e a forma como atua e aí temos a possibilidade de domínio. Cabe a nós definirmos quem domina quem. Evitar revides, fugir de algumas armadilhas fazem parte de um planejamento de superação e proteção a uma relação que inevitavelmente se perpetuará no tempo. Se é inevitável, podemos viver melhor ou pior com ela. A decisão é nossa.