A Vela e a Flor

Quando incorporada à rotina, a meditação traz uma porção de
benefícios à criança, auxiliando no combate ao estresse, aliviando a
ansiedade, melhorando o sono, reduzindo a agressividade, além de
relaxar física e mentalmente. Também melhora a concentração,
minimiza os sintomas de TDAH e ajuda a lidar com sentimentos como
frustração, medo e raiva.

Você já ouviu falar sobre o recurso de apoio ao exercício de respiração A Vela e a Flor? Trata-se de uma técnica que auxilia a criança a respirar mais calma e profundamente e traz muitos benefícios, principalmente nos momentos de birra e agitação. Na escola, ajuda a melhorar a capacidade de concentração e foco nos estudos, reduz o estresse e diminui a incidência do comportamento agressivo.
Seu uso é simples. A criança deve ser orientada a segurar em uma das mãos a vela e na outra a flor. Primeiro ela deverá cheirar lentamente a florzinha e depois assoprar lentamente a velinha como se não pudesse apagar.
A respiração atua de duas maneiras para aliviar momentos tensos: a primeira é fisiológica, pois a ansiedade faz com que a respiração fique acelerada e controlá-la ajuda o corpo a voltar ao equilíbrio. A segunda é emocional, pois quando a pessoa presta atenção na respiração, foca no momento presente e a ansiedade é minimizada.

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Psicologia Positiva para crianças: o seu filho é feliz?

A psicologia positiva é um movimento recente dentro da ciência, que busca a compreensão de pensamentos e ações que levem à felicidade. Segundo Martin Seligman – autor do Modelo Perma e da Teoria da Felicidade -, assim como os pensamentos negativos são aprendidos, os positivos também são. Ou seja, a positividade pode ser construída e, consequentemente, novos caminhos para a felicidade e o bem-estar.

Entender a importância desse movimento pode partir de uma autoavaliação: você se considera feliz? E o seu filho, é feliz? A felicidade se manifesta de formas diferentes nas pessoas, não existe uma fórmula mágica! O que podemos fazer é utilizar estratégias que favoreçam a criação de nossos filhos para, quando adultos, saberem suas próprias maneiras de encontrar a felicidade. Confira!

Modelo Perma

O Modelo Perma foi criado por Martin Seligman e é a base teórica de todo estudo da psicologia positiva. Ele é formado por cinco elementos centrais, constituintes do bem-estar (felicidade), que são:

Emoção Positiva

É aquilo que nos faz feliz: afeição, conforto, prazer, segurança, pertencimento. Para conseguir ter emoções positivas em relação ao passado, muitas vezes é fundamental que se pratique o perdão – a si próprio e aos outros. Em relação ao futuro, isso é refletido através do otimismo e da esperança.

Engajamento

É o envolvimento em atividades que nos proporcionem a sensação que o tempo parou.

Sentido ou Propósito

É pertencer e servir a algo que se acredita ser maior que si próprio: uma causa, um movimento, uma religião. É o seu papel no mundo.

Realização

É a conquista por mérito. Ou seja, é o prazer de concluir algo que você colocou muito esforço. Não diz respeito a conseguir os seus melhores resultados, mas sim ao empenho.

Relacionamentos Positivos

É o sentimento pelas pessoas com as quais nos importamos e se importam conosco.

As 6 virtudes e as 24 forças pessoais

Martin Seligman estudou durante 3 anos cerca de 200 culturas, para tentar identificar o que elas tinham em comum. Dessa forma, ele chegou às 6 virtudes, que seriam valorizadas quase que mundialmente, inerentes a toda  e qualquer sociedade:

  • Sabedoria
  • Coragem
  • Humanidade
  • Justiça
  • Moderação
  • Transcendência

O estudo também vinculou as 24 forças pessoais a estas virtudes. Ao colocarmos em prática essas forças no nosso dia a dia, conseguimos atingir um bem-estar maior. Todos temos as 24 forças, mas com intensidades e prioridades distintas. É importante ressaltar a diferença entre força e talento: as forças são traços morais, que costumam ser escolhas; já os talentos são inatos, e mais difíceis de construir.

Dicas para o dia a dia

Que a psicologia positiva é incrível você já sabe, mas colocar em prática às vezes pode parecer um bicho de 7 cabeças – mas não é. Com pequenas ações simples e didáticas, você consegue suavizar a relação entre pai/mãe e filho(a), fazendo com que a vida de ambos seja mais tranquila e propiciando que seu filho coloque em prática suas forças pessoais em busca de uma vida com maior bem-estar. Trouxemos algumas dessas ações, segundo Jane Nelsen e Adrian Garsia, em seus cards Disciplina Positiva para Educar os Filhos. Confira!

Empodere seus filhos

Aos poucos, compartilhe o controle da vida e das tarefas com os seus filhos. Isso pode ser feito, por exemplo, quando você tem um problema e divide com a criança, para que vocês busquem uma solução juntos. Também é interessante tentar aumentar a capacidade de percepção e de leitura da criança frente a situações, questionando: “O que isso afeta no que você quer? Essa solução satisfaz todos os envolvidos?”

Faça acordos

Se estiver com algum problema de convivência com seu filho, não imponha a solução. Converse e chegue a um acordo entre todas as partes envolvidas. Caso o combinado não seja seguido, evite julgamentos e discussões, apenas lembre do acordado. 

Evite mimar

Há diversas formas de demonstrar amor. Mimar, com certeza, não é uma delas. Isso porque essa ação tem efeitos negativos para a criança, gerando fraqueza e dependência na infância, e insegurança na fase adulta.

Explique as consequências naturais

Deixe a criança viver a consequência natural do seu erro. Ou seja, se você avisou que ela deveria levar o guarda-chuva e ela esqueceu, deixe-a se molhar e seja empático(a), ao invés de frisar o erro. 

Distraia e redirecione

Ao invés de dizer o que não pode fazer, diga o que se deve fazer. Por exemplo, se a criança está mexendo em algo que não pode, indique outra opção mais interessante para que ela brinque.

Aproveite os produtos BBDU de psicologia positiva e os livros sobre esse tema fascinante!

A BBDU está sempre procurando dar aquela mãozinha. Confira os produtos e aproveite. 

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Como lidar com as alergias das crianças?

As alergias – que são, basicamente, reações exageradas em relação a alguma substância – costumam aparecer muito em crianças, por conta da fase de amadurecimento que o sistema imunológico está passando. Alvos fáceis, os pequenos apresentam sintomas como erupções na pele ou urticária, espirros, tosse, corrimento nasal, coceira nos olhos, dificuldade para respirar ou dor de estômago. 

Quando o corpo não reconhece aquela substância, ele tenta se defender dela. Mas, considerando principalmente o momento em que estamos vivendo, em meio a uma pandemia, com os leitos de hospitais ocupados, é necessário tomar um cuidado especial para que a criança não sofra situações mais graves. Confira!

Alergia respiratória

As alergias respiratórias são bastante comuns em todas as idades, mas seguidamente começam já na infância. Entre elas, a rinite alérgica é a mais frequente, e pode ser confundida com um resfriado. No entanto, é importante diferenciar: o resfriado pode provocar febre baixa e dura poucos dias, enquanto a rinite não causa febre e costuma durar mais de uma semana. 

Não existe cura total para este tipo de alergia, no entanto, algumas medidas podem ser tomadas para diminuir a frequência das crises e também a intensidade com as quais acontecem. É preciso tomar muita atenção em relação à poeira e aos ácaros, pois eles podem ser gatilho. Confira as dicas:

  • Troque a roupa de cama semanalmente;
  • Evite usar tapetes e cortinas com tecido que concentre muito pó;
  • Mantenha os ambientes bem arejados;
  • Evite utilizar espanador, e prefira limpar os ambientes com aspirador de pó;
  • Não acumule bichos de pelúcia ou almofadas em excesso no quarto da criança;
  • Essa vale para a vida, independente de alergia ou não: não fume perto das crianças.

Alergia alimentar

As alergias alimentares podem causar sintomas diversos, sejam eles gastrointestinais, respiratórios, anafiláticos ou de pele. Assim como as alergias respiratórias, as alimentares não possuem cura. No entanto, a prevenção pode ser mais fácil quando a substância causadora da reação é identificada. Existem alguns testes em que isso é possível, como o sorológico, de provocação oral e dieta de eliminação.

Um dos grandes desafios dos pais de crianças com alergias alimentares, no entanto, é garantir que, mesmo sem estarem presentes, os pequenos não irão comer aquelas substâncias que provocam reações. E como fazer isso se a criança ainda não fala? A BBDU pode dar uma mãozinha nisso! No nosso site, você encontra as pulseiras e etiquetas de alerta, que são responsáveis por identificar aquele alimento do qual a criança tem alergia. As etiquetas podem ser coladas em mamadeiras, carteirinhas, e demais materiais que estejam sempre por perto. As pulseiras são uma boa alternativa no caso da criança ficar na creche, ou ir a um passeio com amiguinhos – em tempos sem pandemia, claro!

Todo cuidado é pouco em tempos de pandemia

Não podemos correr o risco, nesse momento, de precisar levar nossos pequenos no hospital. Além do alto risco de infecção, as vagas estão muito restritas. Portanto, tornou-se ainda mais importante tomar todas as medidas necessárias para precaução. Essa situação também deixa explícito o quanto é importante levar as crianças ao médico e identificar os fatores que causam as alergias, pois, assim, possuímos muito mais controle, podendo ter mais autonomia para lidar com alguma possível crise. 

Como explicar para a criança suas restrições?

Sempre orientamos aqui no blog a jogar limpo com as crianças. Elas são muito mais inteligentes do que pensamos! Portanto, se o(a) seu(ua) filho(a) já tem idade para entender, explique, didaticamente, por que ele precisa respeitar essa restrição. Entendendo, é bem mais fácil de lidar com isso de forma saudável, não desenvolvendo assim uma obsessão por aquilo que é proibido, como ocorre muitas vezes. 

Além disso, também precisamos normalizar as emoções negativas que podem ser causadas por uma restrição – especialmente se é de algo que a criança gosta muito. O primeiro passo para buscar uma melhora em relação a um sentimento ruim, é senti-lo. Então permita que a criança fique triste e magoada, e converse sobre isso. Aproveite para explorar a conversa sobre emoções, que é tão importante para o crescimento e desenvolvimento do ser humano. Você pode utilizar o Imã Dentro de Mim, da BBDU, para começar um diálogo nesse sentido.

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Desmistificando o parto humanizado

O conceito de parto humanizado veio bastante à tona nos últimos anos. Esse modelo prega que o parto deve ocorrer da forma mais natural possível, trazendo um contraponto ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica como “medicalização do parto”, que é o uso indiscriminado de procedimentos cirúrgicos. Mas há muita confusão em relação a essa ideia: não quer dizer que nenhuma intervenção médica será realizada, se houver necessidade. Também não quer dizer que você deve sofrer durante o trabalho de parto, e, muito menos, que você não receberá assistência. Por isso, coletamos uma série de informações, todas com embasamento científico, para que você entenda e não caia nas falácias sobre o parto humanizado. Confira!

Mas enfim, o que é o parto humanizado?

O parto humanizado não é um tipo de parto – como normal ou cesareana -, e sim um processo que pode ser realizado para que a mãe e o bebê passem pela experiência com maior naturalidade e conforto. A ideia, portanto, é tornar o momento mais humano, respeitando o protagonismo da mulher e garantindo a saúde da mãe e do bebê através de medidas menos invasivas possíveis. Ou seja, isso não significa que não será necessário realizar uma anestesia, por exemplo, mas sim que serão testadas outras possibilidades para proporcionar um relaxamento e alívio das dores, como uma posição mais confortável, uma música agradável, o apoio de familiares, a movimentação ideal.

Não existe, portanto, um modelo pronto de parto humanizado: ele varia de acordo com as necessidades e vontades da mãe. Pode ser que uma se sinta mais confortável deitada; outra, sentada. Uma, escutando rock. Outra, música clássica. Todas as variáveis que interferem nesse processo são definidas pela mãe, sempre que possível. Isso significa que, quando for necessária a intervenção médica, ela irá ocorrer. Mas tudo o que puder ser decidido pela mulher, será, para que ela se sinta acolhida e respeitada.

Parto normal x Parto humanizado

Parto normal não significa que é humanizado, e parto humanizado não necessariamente é normal – apesar de, preferencialmente, sim. Nem sempre, no entanto, é possível seguir a opção de parto normal. Existem complicações que podem ocorrer durante o processo, ou ainda anteriores a ele – como placenta prévia, que obriga a realização da cesárea para segurança da mãe e do bebê -, que fazem com que não seja viável. 

Algumas intervenções cirúrgicas podem ocorrer no parto normal, como a episiotomia – corte na vagina para facilitar a passagem do bebê -, que nem sempre é realizada a partir de uma precisão. Ou seja, por vezes, para facilitar o parto, essas medidas são tomadas de forma indevida. Essa é uma das questões que o parto humanizado busca solucionar.

Se é cesárea não é humanizado?

Não necessariamente. Claro que, considerando que o parto humanizado busca a naturalização dos procedimentos, não é o ideal ocorrer a cesárea. Portanto, uma cesárea previamente marcada, sem nenhum motivo explícito, não faz parte do movimento do parto humanizado. Mas é importante ressaltar que: deve-se fazer o que for mais seguro para a mãe e o bebê. Intervenções cirúrgicas sem necessidade não são seguras. No entanto, às vezes elas são exigidas, e são a decisão médica correta para garantir essa segurança.

De qualquer forma, é possível humanizar a cesárea orientando e acalmando a mãe, com o acompanhamento de familiares, com o controle do ambiente – intensidade da luz, música, ruídos – e contato com o bebê logo nos primeiros segundos de vida. São pequenas ações que contribuem muito para a calma e bem-estar da mulher que está vivendo essa situação.

Quais as vantagens dessa assistência?

Muitas! Seguir o processo natural, esperando o trabalho de parto, é considerado o método de nascimento mais seguro. Aliado a isso, as vantagens para a mãe são muitas, que permeiam a questão da autonomia e conforto. Quando fazemos algo que escolhemos fazer, e, dentre as possibilidades, optamos por aquilo, espontaneamente ficamos mais confortáveis. A decisão da posição do parto contribui muito para essa sensação. 

O uso de técnicas de alívio da dor como banho quente, movimento e massagens também auxilia a mãe a chegar a um estado de maior relaxamento, sem o uso de medicamentos – ou, pelo menos, em menor quantidade. Além disso, no parto humanizado, o contato pele a pele de mãe e bebê, com amamentação imediata, faz com que se aumente o vínculo entre eles. Esse início precoce da amamentação também faz com que o leite desça mais rápido, diminuindo a chance de dificuldades. Claramente, também existe um menor risco associado a manobras cirúrgicas, já que estas são evitadas ao máximo.

A autonomia da mãe começa no poder de escolha

É incrível poder decidir alguns detalhes do seu parto e buscar uma alternativa mais confortável para esse momento tão especial e marcante da sua vida. Mas tudo bem se você não quiser um parto humanizado. Nosso poder de escolha começa aí. Portanto, não se sinta culpada ou coagida a optar por um, ou por outro. Informe-se, leia, fique atenta e converse bastante com os seus médicos. Opte pelo que faz você bem! E uma boa hora!

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

7 sinais de que o cansaço materno se transformou em Síndrome de Burnout

A maternidade é um desafio. Apesar do amor, da realização e do carinho sentidos, ser mãe não é uma comédia romântica. Um dos momentos mais lindos da vida das mulheres, é também um dos mais difíceis. O sono, o cansaço e a exaustão fazem parte desse processo, principalmente nos primeiros meses, e especialmente quando as mulheres ficam sobrecarregadas, sem a participação dos(as) parceiros(as) nesse processo. 

Mas quando esses sentimentos se tornam sintomas? Quando a exaustão se torna uma síndrome, que requer tratamento e acompanhamento médico? Muitas mulheres sofrem da Síndrome de Burnout Materno, que nada mais é do que uma alta carga de estresse capaz de distorcer os sentimentos e provocar uma série de pensamentos negativos. A boa notícia é que existe tratamento: você não precisa sofrer sozinha.

Síndrome de Burnout

Você já deve ter ouvido falar desse termo para se referir a um transtorno causado por estresse no trabalho. O mundo corporativo e a ideia de “workaholic” – ou vício em trabalho – ocasionaram algumas perdas para a saúde mental. Esse conceito foi levado ao mundo materno quando constatou-se que o esgotamento mental das mães é muito semelhante ao ocorrido nas empresas.

A psicóloga clínica Juliana Benevides explica

A maioria das mulheres é submetida ao esgotamento porque se espera que elas estejam preparadas para serem mães, profissionais e donas de casa. Muitas não se dão conta e não têm coragem de externar a dificuldade, pois se sentem constantemente julgadas. Isso vai se acumulando dentro delas e, em um momento, vem a sensação de que a vida está anulada, pois nada que fazem é para elas, não há um momento de ócio. Tudo é para os outros ou para os filhos. Não há mais sentido e prazer naquilo.

Juliana Benevides

Entre os principais sintomas do quadro, estão: intensa exaustão física e emocional, tristeza, ansiedade, apatia, taquicardia, esquecimentos, falta de interesse e irritação. Trouxemos algumas situações mais práticas que podem servir de alerta. Confira agora e lembre-se: se tiver qualquer sintoma, procure um médico. 

1. Mesmo quando está em momentos felizes e tranquilos com seu bebê, você se sente triste

A sensação de tristeza é constante. Nenhum momento, por melhor que seja, faz você se sentir plenamente realizada ou alegre. Vale lembrar que esse sintoma corresponde a uma série de diagnósticos psicológicos, que não são necessariamente Burnout. Há, inclusive, a depressão pós parto, que é causada por motivos diferentes, mas que tem sintomas bem parecidos. 

2. Você se sente apática

Você não sente emoção, motivação ou entusiasmo: tem a impressão de estar indiferente, sem se importar, e sem estímulo para cuidar do bebê. Muito porque sente que sua vida se resume a isso.

3. Se o bebê faz algo, você fica desproporcionalmente irritada

Ok, é irritante não conseguir dormir de noite, ou ter que trocar novamente o bebê passados apenas alguns minutinhos. Você não precisa se sentir culpada por, às vezes, sentir-se incomodada ou estressada. No entanto, passa a ser preocupante quando você sente, de fato, raiva. Isso é um dos principais sinais de que se está diante de um caso de Burnout.

4. Passam por sua cabeça sentimentos ruins

Podem ser tanto sentimentos agressivos, como sentimentos de fraqueza, desistência. É como se você perdesse as forças e falasse para si própria que não consegue. 

 5. Você se sente mal quando seu filho chora

Você sente que não há nada que você possa fazer por ele, e passa a se sentir culpada quando ele chora, mesmo que seja uma situação totalmente normal. 

6. Sua autoestima está muito baixa

O momento pós parto realmente não favorece a autoestima. É uma etapa de muita dedicação para o recém nascido. No entanto, você não precisa deixar de pensar em você: isso é saudável. Tomar um banho relaxante, fazer atividade física (se já liberada pelos médicos), se arrumar, ir ao salão de beleza. Tudo isso são atitudes que você pode e deve tentar realizar. Pelo seu bem, e pelo bem do seu filho. Se, no entanto, você não tem vontade nem de tentar fazer algo pela sua autoestima, sendo tomada pelo desalento e pela angústia, isso pode ser um sintoma. 

 7. Você tem dúvidas se consegue cuidar dos seus filhos

Como mães, costumamos nos cobrar muito. Será que estamos fazendo o mais correto? Nem sempre conseguimos acertar, mas sempre fazemos o melhor que podemos naquele momento. Mas, se você pensa que não é capaz de fazer isso, ou tem dúvidas disso, respire fundo. É bem possível que isso não seja somente uma insegurança, e sim um sintoma. 

Conclusão

Você precisa ter claro: a maternidade não é um mar de rosas, mas ela também não pode ser um pesadelo. O desgaste é normal, mas ele não pode se sobrepor a todos os outros momentos felizes. Se isso estiver ocorrendo com você, não é motivo de vergonha. Precisamos desvincular os distúrbios psicológicos do sentimento de culpa. Ninguém fica mentalmente mal porque quer, ou porque procurou isso. 

Precisamos enxergar a doença mental como o que de fato é: uma doença. Portanto, você não será uma mãe menos maravilhosa se pedir ajuda e procurar tratamento. Pelo contrário, você será ainda melhor. Porque cuidando de você, você está cuidando também do seu bebê. 

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Alfabetização em casa: como incentivar o seu filho?

Uma das principais medidas para conter a disseminação do Novo Coronavírus foi a suspensão – total ou parcial – das aulas. Atualmente, a maioria das escolas estão com modelo híbrido, o que ocasiona que parte dos processos de aprendizagem seja realizada de forma remota e, muitas vezes, em um modelo bem diferente do aplicado em sala de aula. 

Durante a fase de alfabetização, é extremamente importante que escola e família andem juntas: uma estimula de lá, outra de cá. Nesse momento de aulas à distância, então, a demanda pelo auxílio dos pais é ainda mais presente. Confira as dicas do blog da BBDU para potencializar uma das etapas mais importantes da aprendizagem da criança!

Por que é importante?

É sabido que a alfabetização é um processo importante pelo qual todo ser humano passa (ou deveria). No entanto, o que para muitas crianças é uma fase tranquila, divertida, repleta de descobertas e lições, para outras pode ser um pouco mais complicado. Nem todos os indivíduos têm a mesma facilidade nesse momento tão fundamental para o desenvolvimento infantil.

Se a alfabetização não for realizada de forma correta, com cuidado e atenção para cada aspecto trabalhado, o estudante pode ter menores chances de obter êxito nos seus estudos, de forma geral. E isso tem impacto de curto e longo prazo. Mas mais importante do que saber identificar letras, juntar sílabas e formar palavras, é entender a técnica da escrita e leitura como uma forma de comunicação, que engloba a dinâmica da língua e da relação entre grafemas e fonemas. Isso vai muito além de saber que a letra “B” se pronuncia “bê” ou que “CASA” tem duas sílabas.

A definição de alfabetização da UNESCO, inclusive, é a seguinte:

…conhecimento básico, necessário a todos num mundo em transformação; em sentido amplo, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. Existem milhões de pessoas, a maioria mulheres, que não têm a oportunidade de aprender (…) a Alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante a vida

(UNESCO, 1999, p. 23).

Ou seja, é a alfabetização que nos torna cidadãos, humanos, seres com senso crítico e social. 

Como funciona o processo de alfabetização

Existem, de forma geral, quatro metodologias de ensino para alfabetização:

  • Alfabética: em que a criança aprende o som e a escrita de cada letra, criando sílabas e, depois, palavras;
  • Fônica: em que a criança aprende o som das letras, das vogais, das consoantes de emissão constante (F, L, M) e pausada (P, B, C), para somente depois aprender a escrita;
  • Silábica: em que a criança aprende primeiramente as vogais (escrita e som), as sílabas por grupos familiares (PA, FA, LA) para somente depois juntar as sílabas já conhecidas e criar palavras;
  • Reconhecimento global: em que a criança aprende a palavra ou frase, as memoriza, para depois então analisar o som e escrita das letras.

Não existe um consenso em relação ao melhor método, mas, o mais usado, entretanto, é o fônico. No entanto, é importante sempre analisar o contexto da criança e diversificar as abordagens, a fim de torná-las mais dinâmicas e divertidas.

Como incentivar a alfabetização em casa

Você, como pai ou mãe, pode – e deve! – fazer a sua parte durante a alfabetização do seu filho. Mas como fazer isso sem sobrecarregar a criança, que já ficou estudando durante todo o período de escola? Tornando o aprendizado mais leve. A leitura e a escrita são parte da nossa vida de uma forma que quase nem mais percebemos, de tão natural. Portanto, estudar isso é basicamente viver a vida normalmente, incluindo o seu filho neste processo. Confira as dicas!

Use o lúdico durante atividades rotineiras

Que tal usar os prendedores de roupa para criar palavras? A ideia é exatamente se apropriar de elementos do nosso dia a dia, para torná-los meios divertidos de aprendizado.

Outra opção – mais simples e menos trabalhosa – é utilizar o kit de imãs alfabeto da BBDU! Desafie o seu filho: questione qual a comida ele quer para o jantar e peça para ele apontar para a letra inicial do nome da comida, através dos imãs. Depois que esta etapa for mais fácil, parta para as sílabas, até que ele consiga escrever o nome todo da comida.

Pergunte o nome das coisas

Se o seu filho falar que adorou aquele boneco, por que não estimulá-lo a pensar sobre as palavras que fazem parte daquele universo? Pergunte a cor dos olhos, o nome da peça de roupa, o estilo do sapato ou a atividade que está sendo realizada por ele. Questione com que letra começa essas palavras e vá evoluindo na dificuldade das perguntas conforme o desenvolvimento da criança. 

Responda os porquês!

Toda criança tem aquela fase importante em que tudo que acontece surge a dúvida: por quê? Apesar de ser um pouco chato para você em alguns momentos, responder os questionamentos dos pequenos auxilia muito no desenvolvimento deles. Inclusive, em relação ao vocabulário. É através da curiosidade que aprendemos os nomes das coisas, e pensamos sobre a construção deles.

Crie palavras com os adesivos de letrinhas da BBDU!

Inventar palavras novas pode ser mais divertido e produtivo do que você imagina! Permita que a criança use a imagem e experimente misturar as letras, criando novas combinações. Apenas certifique-se de chamar atenção para quando aquela palavra existe, e quando não existe, para não gerar nenhum tipo de confusão.

Treine a escrita com o livro educativo Abremente!

A grafia das letras faz parte do processo de alfabetização. Não é fundamental que o seu filho tenha a letra mais linda do mundo, mas ela precisa ser compreensível. Portanto, aproveite o livro educativo Abremente para que ele possa escrever e apagar quantas vezes quiser.

Conclusão

Entre todas as dicas importantes que poderíamos dar nesse texto, a mais essencial é: acompanhe o processo de alfabetização do seu filho e garanta que ele ocorra da forma mais leve e agradável possível. É como se ele estivesse aprendendo a caminhar. São os primeiros passos para a construção de um ser que se comunica, se posiciona, e se insere no mundo em que vive. Ah! E não esqueça:

Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo.

Paulo Freire

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Etiquetas escolares: por que elas podem salvar sua vida em 2021!

Não foi fácil ser pai ou mãe neste ano pesado que foi 2020, marcado pela pandemia do Novo Coronavírus que bagunçou a vida de todos. Sabemos também que a incerteza em relação ao tratamento e às consequências da doença impactam na rotina das nossas crianças e, principalmente, no funcionamento das escolas.

Para um retorno às aulas mais tranquilo, é necessário garantir a segurança dos nossos filhos. De acordo com o Observatório Covid-19 BR, uma pesquisa realizada em Missouri (EUA) colocou duas funcionárias de um Salão de Beleza positivas para COVID-19 em contato com 139 clientes, sempre com o uso de medidas protetivas. Tempo depois, 67 desses clientes foram testados e todos deram negativo. 

As medidas como máscara, uso do álcool em gel, distanciamento físico e não compartilhamento de itens pessoais são obrigatórias e eficazes na luta contra a COVID. Capazes de diminuir as chances de contágio, essas medidas são fundamentais na volta às aulas. Mas o que nós, pais, podemos fazer para ajudar?

Evitando o compartilhamento

Você consegue imaginar que há um ano as crianças usavam o mesmo bebedouro? É fato que a pandemia nos abriu os olhos para muitas questões de higiene, que devem, inclusive, perdurar no período pós Coronavírus. Para a volta às aulas, é fundamental ter todos os materiais identificados, a fim de evitar o troca-troca.

Você deve já ter percebido que a maioria das crianças possuem materiais escolares parecidos, da mesma marca, com a mesma temática da moda. No momento de execução das atividades, as professoras precisam ficar atentas para evitar o famoso “pedir emprestado”, principalmente se não for realizada nenhuma higienização. Mas, mais do que isso, pode ser que em algum momento as crianças façam alguma confusão, e troquem os seus materiais, sem a intenção. Se uma dessas crianças estiver contaminada, isso pode ser o suficiente para gerar um contágio grande.

O mesmo ocorre – e requer maior atenção ainda – com os apetrechos de higiene como máscaras e álcool em gel, ou ainda os itens da lancheira. As máscaras são sempre muito parecidas, e podem acabar se confundindo, principalmente em momentos como a hora do lanche. Dessa forma, identificá-las com etiquetas para tecido, que não prejudicam o seu uso funcional e nem sua estética, é fundamental para garantir a segurança dos seus filhos.

Orientando as crianças

Como já falamos em outros momento aqui no blog: não podemos subestimar o poder de entendimento das crianças. É claro que elas já perceberam as mudanças na rotina, os horários diferenciados, o trabalho em home office e o uso de acessórios antes nunca vistos por elas. Deixar o seu filho aquém de tudo que está acontecendo é cilada: isso pode desenvolver medo, angústia, ansiedade e aflição. 

A dica é esclarecer sobre a pandemia, explicar por que é importante seguir as medidas de segurança, salientando sempre que tudo vai passar, e que é preciso ter paciência. É essencial que a criança entenda que as suas atitudes refletem nas dos seus coleguinhas, e que seguir as orientações agora é cuidar de si e dos outros. Fale sobre coletividade, responsabilidade, compaixão, empatia. Mas atenção! Não cause pânico, ok? 

Uma maneira legal de falar sobre isso é com o experimento do orégano. Ele explica como o contágio ocorre e como pode ser evitado seguindo as medidas de segurança, de uma forma completamente didática e lúdica.

Outra dica interessante é incluir a rotina de cuidados dentro de casa, mesmo que somente entre os membros da família. Criar o hábito de lavar as mãos regularmente, higienizar os materiais e não dividir apetrechos individuais pode fazer com que a criança tenha um entendimento maior e sofra menos com as restrições necessárias. Você deve ser o exemplo!

A BBDU dá uma mãozinha!

Sempre buscamos estar presentes para facilitar a rotina de pais e mães no enfrentamento dessa tarefa inspiradora e, ao mesmo tempo, árdua, que é criar uma criança. Nesse momento tão difícil, não poderia ser diferente. Confira nossos produtos:

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Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Confira 7 dicas para tirar a chupeta do bebê

A adoração da maioria dos bebês pelas chupetas vem do reflexo de sucção que, desde  a gestação, a partir da décima oitava semana da vida uterina, é desenvolvido. É um impulso de sobrevivência, para se alimentar. Apesar de instintiva, a chupeta gera muita polêmica entre os médicos pediatras, que discutem os malefícios do seu uso prolongado, que atrapalha o desenvolvimento da dentição e estimula vícios na fase adulta. 

Mas não se sinta culpado(a) se você ainda utiliza o acessório com seu(ua) filho(a): ainda há tempo de parar. Separamos as principais dicas de acordo com pais e pediatras para que esse processo seja o mais descomplicado possível:

1. Não tenha pressa

Nada de tirar a chupeta de um dia para o outro, sem nenhuma preparação. Apesar de parecer uma solução mais rápida e eficaz, na prática, normalmente, não é isso que ocorre. Uma retirada brusca do acessório pode causar danos a curto e longo prazo. A dica, portanto, é: vá reduzindo o tempo de uso, espace os intervalos. Desacostume a criança aos poucos, e aproveite os momentos de tranquilidade e distração – como em um dia em casa ou no meio de uma brincadeira –  para iniciar o processo.

2. Não culpe a criança

Se ela já tem capacidade de compreensão, explique por que você está fazendo isso. Mas atenção! Não diga a ela que usar chupeta é feio ou errado, mas sim que ela não precisa mais disso, pois já cresceu. A criança acaba vendo no acessório um mecanismo de segurança e confiança e, portanto, transformar isso em algo negativo pode ser muito prejudicial, podendo inclusive despertar sentimentos como ansiedade e insegurança. Mostre que o tempo passou e ela já está em outra fase, mais independente, e que não há necessidade de se sentir sozinha ou abandonada.

 3. Negocie uma troca

Apesar de parecer estranho, o verbo é, realmente, “negociar”, e não simplesmente trocar. Isso porque, se for de forma autoritária, você não verá efeitos positivos. Na hora de dormir, por exemplo, converse sobre trocar a chupeta por um brinquedo que a criança adora, e que a faça se sentir segura. Ou ainda é possível fazer isso através da construção de uma meta ou um objetivo – nesse caso, não usar a chupeta – que, se alcançado, tem a recompensa de um passeio no parque ou um presente especial. Para isso, é interessante utilizar um quadro de recompensas, valorizando as conquistas diárias.

 4. Incentive: boca livre pra falar!

Esse é um bom combinado para fazer: não se pode falar de boca cheia. Quando a criança está desenvolvendo a fala, é normal sentir a necessidade de ser atendida. Por isso, pode ser interessante explicar que os adultos só conseguem compreender as palavras que são emitidas de forma livre, sem a chupeta na boca. Para que isso funcione, não se esforce em tentar entender o que a criança está falando, diga a ela que é impossível e que ela precisa estar com a boca vazia.

5. Fique atento aos momentos

Acontece, muitas vezes, da criança rejeitar a chupeta de forma natural, por algum motivo como um resfriado, porque está velha ou qualquer outro fator: aproveite esse momento. Qualquer sinal de desinteresse pode ser a oportunidade perfeita para se livrar pra sempre do acessório. Portanto, esteja atento e observe as reações naturais do seu(ua) filho(a).

6. Prepare-se!

É visto que a chupeta auxilia muito os pais e mães para acalmar os bebês e crianças. No entanto, ao tomar a decisão de afastar o acessório da criança, você precisa ser firme. Portanto, prepare-se para noites mal dormidas. É normal, e deve acontecer, porque faz parte do processo de desapego e amadurecimento. Lembre, apenas, de não ceder de forma nenhuma: se você fizer isso, estará ensinando que basta uma birra para que você mude de ideia e faça o que o(a) pequeno(a) quer.

7. Dica extra: Almofada Dentinho Tchau Chupeta

Para auxiliar no processo de largar a chupeta, a BBDU lançou recentemente o produto Almofada Dentinho Tchau Chupeta. A ideia é explicar para a criança que o Dentinho (almofada) vai cuidar da chupeta, colocando ela no bolso. Além de incentivar o distanciamento do acessório, ele ainda lembra a Fada do Dente, que recompensa as crianças pelos dentes que caem.

A volta às aulas durante a pandemia

O risco da pandemia para as crianças existe tanto na opção de permanecer em casa, com ensino remoto, como na volta às aulas. É visto que o isolamento social provoca efeitos ruins para o aprendizado das crianças, bem como para o desenvolvimento físico e mental. Ele ainda é particularmente prejudicial quando amplia as situações de desigualdade escolar no Brasil. 

Segundo o infectologista pediátrico Marcelo Otsuka, as crianças apresentam casos menos graves, mas podem contribuir significadamente para a transmissão da doença. Dessa forma, o retorno ao estudo presencial pode ser perigoso para os profissionais, professores, pais e cuidadores. Tomar as medidas corretas para a proteção dos pequenos, portanto, além de ser correto perante às regras das escolas e dos decretos municipais, salva vidas.

Organize o material individual

A lição mais importante que a pandemia do Novo Coronavírus trouxe é: não compartilhe materiais, principalmente aqueles de beber/comer. Não parece surreal que, até poucos meses atrás, dividíamos copos? Bebedouros? O mundo pós COVID-19 não tem espaço para isso. Portanto, todos os materiais das crianças devem ser identificados com seu nome e sobrenome para evitar trocas.

Em relação ao uso de máscaras, a orientação, é, além de levar a que a criança já estará usando, ter uma reserva para trocar a cada 2 horas. Para isso, é necessário dividir essas máscaras em saquinhos: um para as limpas, outro para as usadas. A própria máscara também deve estar identificada com adesivos para tecido – ou personalizadas na própria estampa -, a fim de impedir qualquer confusão. Atenção! Crianças de até 2 anos não devem utilizar máscara. 

Oriente a criança

O seu filho ou a sua filha sabe por qual motivo está utilizando máscara e álcool em gel? A criança, mesmo que de forma não 100% consciente, entende as mudanças que estão ocorrendo. Se você não explicar da melhor maneira, ela irá interpretar os fatos sozinha, o que pode causar medo, angústia ou pânico. Não subestime a capacidade da criança de entender a realidade. Esclareça, portanto, utilizando o diálogo mais adequado para cada idade. Você pode, por exemplo, explicar que a máscara “reduz o medo”, ou que o transforma em um super-herói ou heroína, por salvar outras pessoas.

Dicas para normalizar o uso da máscara

Para que você consiga criar uma associação positiva à máscara, é importante normalizá-la na vida da criança. Lembre de fazer isso sempre com tranquilidade, e deixe claro que as medidas são temporárias. Além disso, explique que o ato interfere na saúde das pessoas ao seu redor: pode ser uma boa oportunidade para abrir um diálogo sobre coletividade, vida em sociedade e empatia.

Compre/faça máscaras decoradas

O objetivo é fazer com que a criança tenha vontade de usar o acessório, certo? Nada melhor, portanto, do que tornar as coisas mais leves e descontraídas, utilizando máscaras, de fato, infantis. 

Use os brinquedos como cobaias

Já pensou em explicar o uso da máscara utilizando um ursinho ou um boneco? Pode ser uma maneira incrível de orientar a criança sobre a colocação do material, por onde segurar ou o que não se deve fazer. Cuide para sempre falar em tom positivo, focando nos benefícios das medidas de segurança, e não em tom punitivo.

Busque referências de outras crianças usando máscara

É interessante mostrar que todas as crianças do mundo inteiro também estão precisando se adaptar a essa realidade, por um bem comum. Isso gera uma sensação de pertencimento e responsabilidade para com o outro, legitimando as medidas.

Faça jogos de expressão

Quem diria que a expressão dos nossos olhos se tornaria tão marcante? Aproveite a situação para estimular uma percepção diferente de emoções, sentimentos e semblantes. Crie um jogo de adivinhação, em que a criança não pode pronunciar palavras, mas somente se expressar com o olhar. Além disso, tente acostumar a criança à mudança em relação aos cumprimentos: não podemos mais abraçar ou beijar as pessoas, mas quais outras opções – igualmente humanas e carinhosas – podemos aderir? Esse é o mote das plaquinhas da saudação.

O que esperar das escolas

É importante que os pais estejam próximos à coordenação das escolas para verificar se as medidas de segurança estão, realmente, sendo tomadas. A disponibilização de álcool em gel, limpeza dos ambientes com produtos adequados, cuidados com a higiene dos espaços é fundamental para que se mantenha o controle. A escola também deve aumentar a oferta de materiais ou brinquedos, para minimizar os compartilhamentos, bem como orientar as crianças em momentos como hora do lanche ou recreio.

Rodízios e divisões de turma também são ações muito bem-vindas, mas dependem da realidade de cada local. Como mãe ou pai, atente-se para cumprir as regras estabelecidas e garantir a saúde física e emocional das crianças, que tiveram a rotina tão fortemente alterada durante a pandemia.

Conclusão

A volta às aulas pode causar muita aflição e angústia para os pais, mas não deve ser vista dessa forma pelas crianças. O aprendizado presencial tem enormes vantagens, entre elas o estímulo ao desenvolvimento cognitivo e social da criança. O risco causado pela pandemia do Novo Coronavírus é real, e deve ser respeitado: mas nunca de forma pesada. Portanto, torne o momento mais agradável e conte com a ajuda da BBDU para dar aquela forcinha! 

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU

Distúrbios de Sono nas Crianças: o que fazer?

O sono é um dos fatores que garantem o bom funcionamento do corpo, seja dos adultos ou das crianças. Você já parou para pensar se o seu(sua) filho(a) dorme bem? Segundo um estudo realizado neste ano, em Shaanxi, na China, com 320 crianças e adolescentes, 21% estavam apresentando quadros de distúrbio de sono, e 14%, pesadelos. Embora comuns, esses distúrbios são dificilmente diagnosticados em consultas médicas pediátricas, muito pelo fato de que alguns pais não acreditam que isso seja uma questão da medicina, e acabam por omitir tais informações.

No entanto, cabe o alerta: quando a intervenção ocorre de forma tardia, esse problema pode persistir por anos. É fundamental acompanhar o comportamento da criança em relação aos momentos de descanso, que é quando se recupera as energias, otimiza o metabolismo e regulariza as funções hormonais essenciais para um bom desenvolvimento do corpo e mente.

Como funciona o sono

O sono é fisiológico, ou seja, é regulado pelo relógio biológico ou Ciclo Circadiano. Isso significa a ideia de que todo organismo vivo no planeta Terra responde ao Sol. Os seres, portanto, têm seu comportamento determinado pelo ciclo de rotação da Terra, feito em 24 horas. É ele que aciona e regula funções vitais de nosso comportamento, como o sono, o metabolismo, a temperatura corporal e os níveis hormonais. 

De acordo com a National Sleep Foundation, conforme a idade, recomenda-se um período específico de horas de sono:

Recém-nascido (0 a 3 meses): 14 – 17 horas de sono por dia;

Bebê (4 a 11 meses): 12 – 15;

Criança (1 a 2 anos): 11 – 14;

Pré-escolar (3 a 5 anos): 10 – 13;

Idade escolar (6 a 13 anos): 9 – 11;

Adolescente (14 a 17 anos): 8-10;

Jovem e adulto (18 – 64 anos): 7 – 9;

Idoso (+65 anos): 7 – 8.

A pandemia e os distúrbios do sono

O contexto da pandemia altera profundamente a rotina e programação anteriormente estabelecidas. O isolamento e o acúmulo de estresse interferem na regulação do sono, que é essencial para o desenvolvimento infantil. Há, ainda, evidências da influência desses fatores sobre a plasticidade cerebral, que é a propriedade do sistema nervoso que permite o amadurecimento de alterações estruturais em resposta a experiências e estímulos repetidos. Consequentemente, o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança acaba sendo afetado. 

Os principais sincronizadores do sono são os horários dos compromissos. Sem eles, podemos perder a quantidade e/ou qualidade do sono, criando ainda conflitos de incompatibilidade de rotina, quando em contexto familiar. Toda essa mudança ocasionada pela pandemia do Novo Coronavírus demanda um processo de readaptação, o que, para crianças, pode ser mais demorado do que se imagina.

Insônia

A insônia é uma disfunção de sono que impacta entre 20% e 30% das crianças, conforme o artigo Distúrbios do Sono na Infância, de Camila dos Santos El Halal e Magda Lahorgue Nunes. Os sintomas característicos são: dificuldade de início ou manutenção do sono, despertar mais cedo que o desejado e dificuldade de adormecer sem intervenção dos pais ou cuidadores. Muito comum também nas crianças de até 12 anos, a insônia comportamental, ao contrário de uma doença, é uma adoção de comportamentos e rotinas desfavoráveis ao sono adequado.

Dessa forma, estabelecer limites de horários é extremamente importante, para evitar que a insônia ocorra pelo simples hábito inadequado. Além disso, deve-se estar atento aos sinais de ansiedade, mudanças de humor ou comportamento, bem como sintomas físicos como dor ou cólicas, otite, refluxo, crise de asma ou obstrução das vias aéreas. É fundamental também entender se a criança está tomando algum medicamento que possa ter influência, como, por exemplo, estimulantes ou remédios para déficit de atenção.

Distúrbios respiratórios do sono

Muito comuns também são os distúrbios nada relacionados a comportamento, mas sim à respiração. Essa especificação abrange anormalidades de respiração e ventilação, que obstruem parcial ou completamente as vias aéreas superiores (VAS), causando um aumento de esforço respiratório. 1 a 5% das crianças são afetadas com essa dificuldade, principalmente entre 2 e 8 anos.

Entre os fatores de risco, estão as ocorrências familiares de SAOS (apneia obstrutiva do sono), prematuridade, obesidade e doenças neuromusculares. A longo prazo, esses distúrbios respiratórios de sono podem levar a problemas estaturais, hipertensão arterial sistêmica e hipertrofia ventricular direita. Os sintomas são variados:

  • Dificuldade para respirar em, ao menos, três noites por semana;
  • Enurese noturna secundária (xixi na cama, de forma involuntária);
  • Hiperextensão cervical durante o sono;
  • Cefaleia matinal (dor de cabeça);
  • Sonolência diurna, desatenção ou hiperatividade;
  • Dificuldades na aprendizagem.

Dicas que ajudam a evitar distúrbios do sono

Considerando que a insônia comportamental é muito frequente entre as crianças, existem algumas boas práticas que podem ser seguidas para que se construa uma rotina saudável e propícia para um sono adequado.

Jantar leve

A última refeição realizada deve ser, pelo menos, 3h antes do sono, para que seja possível uma digestão adequada. O jantar, portanto, além de cedo, deve ser leve. É bom evitar as comidas com açúcar ou cafeína pois elas proporcionam energia. 

Estabelecer horários

Apesar da pandemia ter confundido a rotina, é essencial estabelecer horários. Reproduzindo sempre os mesmos hábitos e evitando alterações aleatórias – sem explicação ou motivo -, a criança conseguirá ajustar o seu relógio biológico, regulando os ritmos vitais e de controle de sono. Considerando o tempo recomendado de sono de cada faixa etária, deve-se buscar estimulá-lo um pouco antes. Ou seja, se a criança irá dormir às 21h, para fechar as horas necessárias de sono, a partir das 20h ela já pode estar deitada, evitando o uso de eletrônicos, em processo de relaxamento.

Uma dica é utilizar o Reloginho tá na hora de que?, facilitando a negociação do horário com a criança: a combinação pode ser que ela pode ficar acordada até o ponteiro chegar na hora de dormir.

Ambiente confortável para o sono

Criar um ambiente atrativo e relaxante no quarto é super importante e facilita muito. Coloque na cama objetos que a criança gosta, e que a fazem se sentir acolhida. A iluminação em tons mais quentes e indiretos também estimula a tranquilidade e a calma, respeitando o Ciclo Circadiano. Um ponto que merece atenção também é: qual a visão do seu(ua) filho(a) em relação ao ambiente em que dorme? Evite colocar a criança de castigo – ou naquele “cantinho do pensamento” – na cama, por exemplo, pois assim ela irá criar uma associação ruim com o ambiente de sono.

Uma dica é realizar a leitura de alguma história, mas sempre com um ambiente silencioso, em baixo tom de voz, e sem excesso de agitação. Aproveite a sessão de livros da BBDU!

Juliana Martins
Psicóloga | Mãe da Duda | Criadora da BBDU