Mais um ano letivo inicia e surge um novo desafio para uma série de crianças, bebês e seus pais. A entrada na escola, independentemente da fase em que seu filho se encontra, é um momento importantíssimo do desenvolvimento social, intelectual e afetivo. E como passar por esta etapa e ajudar seu filho a enfrentar este desafio?
Nenhuma mudança é fácil, e para que a adaptação escolar ocorra da melhor maneira possível, precisa ser bem conduzida, minimizando sofrimentos desnecessários. É um momento que gera sentimentos contraditórios nos pais, pois existe o desejo de manter seu filho sempre sob sua proteção exclusiva, mas ao mesmo tempo o entendimento que a escola propicia a aquisição de novas habilidades, novas amizades, novas conquistas…
O primeiro passo é a escolha da escola. Esta escolha já faz parte da adaptação, pois é de extrema importância que os pais sintam-se seguros e familiarizados com o local, e profissionais com os quais deixarão seu filho. As crianças sentem de forma surpreendente as reações dos pais, ou seja, se você estiver inseguro quanto à escolha da escola, irá dificultar o processo de adaptação.
Assim como em outras situações naturais da vida, a criança ou bebê poderá ficar curioso e entusiasmado, mas ao mesmo tempo apreensivo e com medo da mudança. Cada processo deve ser individualizado, levando-se em consideração a idade da criança, suas características e necessidades. A escola tem papel fundamental em demonstrar acolhimento e disposição em ser uma “parceira” da família neste processo.
A adaptação de bebês costuma ser mais tranquila, mas por outro lado pode gerar intenso sentimento de culpa nos pais. Já crianças maiores, entre 1 e 2 anos, podem ter um processo de adaptação mais complexo, pois costumam ficar mais angustiados frente à possibilidade de abandono.
Dicas que podem auxiliar você e seu filho, em qualquer idade e etapa do desenvolvimento:
– Lembre-se de comunicar-se com filho, explicando do seu jeito que a rotina vai mudar e que vai conhecer um novo mundo, cheio de possibilidades. Se possível, deixe a criança participar de toda preparação, comprando o material escolar, indo conhecer a escola, mostrando fotos do local;
– Em geral, as escolas combinam com os pais um período em que estes acompanharão e estarão presentes, disponíveis para o filho. O tempo dentro da escola costuma ir aumentando gradualmente. Procure seguir as orientações da escola, estando pronto para apoiar seu filho, mas não esquecendo que dentro de sala de aula a maior autoridade é do professor. Mostre-se presente, mas confiante nos profissionais;
– Especialmente com bebês e crianças muito pequenas, pode ser útil e reconfortante, ter um objeto familiar que possa levar para a escola;
– Cumpra SEMPRE as combinações com seu filho. Seja transparente, dizendo se ficará na escola ou se saíra para o trabalho e voltará depois. Não esqueça que o choro poderá acontecer, pois é a forma que a criança mais conhece de se comunicar. Mas é importante que ela possa confiar na palavra e combinações dos pais;
– Deixe de lado a tentação de sair “de fininho”. Novamente, é outra situação que pode “facilitar” a saída dos pais, mas gerar muito medo de abandono, pois uma grande parte das crianças nesta fase ainda não adquiriu a confiança de que tudo que sai de seu campo de visão continua existindo;
– Procure manter o equilíbrio entre uma postura continente, afetiva e ao mesmo tempo segura e firme. É importante que a criança sinta que você está seguro e acredita que o melhor para ela é frequentar a escola. Não hesite em pedir apoio aos profissionais da escola ou dividir seus momentos difíceis com outros pais;
– Para crianças maiores, em torno de 3 anos, quando a comunicação verbal já está mais desenvolvida, pode-se fazer combinações mais específicas, valorizando cada conquista, cada dia em que conseguiu cumprir as combinações e ficar mais tempo na escola;
A vida escolar inicialmente gera uma série de angústias, como qualquer grande modificação em nossas vidas. Mas é importante manter o foco nos aspectos positivos, num mundo de possibilidades que se abre para a criança: mais estímulos, novas amizades, novas conquistas, maior independência e a possibilidade de desenvolver-se como pessoa. Boa sorte e um bom início de ano!