CULPA nossa de cada dia…

Hoje postaremos um texto lindo, de uma amiga querida, psicóloga e escritora infantil maravilhosa. Acho que todo mundo se identificará com alguma linha deste texto …

culpa

Nascem PAIS, nascem responsabilidades, nasce CULPA! Culpa porque carregamos o “MITO DA PERFEIÇÃO” e, como todo o mito, não existe!
Somos o misto de certo e de errado. Tentativas frustradas e acertos fantásticos. E tudo depende do dia!
Teve dia que achei lindo amamentar. Mas teve dia que chorei e desejei não ter peito.
Teve dia que monitorei a alimentação e me preocupei com colesterol e triglicerídeo. Mas teve dia que passar no MC Donald’s era a melhor saída.
Teve dia que adorei assistir Xuxa Só para Baixinhos (Atualmente, Peppa Pig ou Galinha Pintadinha). Mas teve dia que preferi que o DVD quebrasse.
Teve dia que a devolvi para cama 1, 2, 3, 10 vezes. Mas teve dia que mesmo caindo da cama, preferia sentir o cheirinho e ficar agarrada com ela.
Teve dia que fui para festa, teatro ou cinema infantil. Mas teve dia que só queria me arrumar e ir pra um show de adulto.
Teve dia que fiz cabana e piquenique na sala. Mas teve dia que dei escândalo porque tinha brinquedos espalhados pela casa.
Teve dia que fiquei acordada na madrugada para colocar leite com biscoitos para o Papai Noel ou fazer as pegadas do Coelhinho da Páscoa. Mas teve dia que adormeci e não coloquei o dinheiro da fada do dente.
Teve dia que mantive a calma, respirei fundo, abstraí e falei bem tranquila. Mas teve dia que estourei do “nada” e “por nada”.
Teve dia que achei engraçadas as traquinagens e vi como “coisas de crianças”. Mas teve dia que fui firme em dizer “Você já é grande”.
Teve dia que mesmo morrendo de vontade de comer, guardei a última fatia do bolo. Mas teve dia que comi escondido uma barra de chocolate.
Teve dia que fui dedicada, preparei o material escolar com todo carinho, fiz as etiquetas, encapei os livros, olhei agenda, ajudei na tarefa de casa e fiz junto o trabalho escolar. Mas teve dia que esqueci o lanche da escola, não paguei a viagem, não olhei a agenda e me recusei de ajudar no trabalho.
Teve dia que cheguei cansada, mas conversei, dancei, brinquei. Mas teve dia que não queria falar, dançar e ainda fingi que estava dormindo para não brincar.
Teve dia que por conta de um espirro, deixei de trabalhar. Mas teve dia que tive de ir atender e a deixar com febre em casa.
Teve dia que rezei que quando chegasse em casa estivesse dormindo. Mas teve dia que fui rezando para que estivesse acordada e eu pudesse colocar para dormir.
Teve dia que fiz o mais lindo penteado e escolhi a dedo a roupa para vestir. Mas teve dia que deixei que se vestisse de qualquer jeito e penteasse sozinha o cabelo.
Teve dia que cumpri a rotina, os horários. Mas teve dia que fechei os olhos para não enxergar que nada estava sendo cumprido.
Teve dia que mesmo cansada fui dar toda atenção. Mas teve dia que dei atenção ao que eu queria: Deitei na minha cama, liguei a TV e fiquei horas conectada ao meu celular.
Teve dia que fui legal, carinhosa, assertiva, beijei e abracei. Mas teve dia que fui chata, exigente, firme, grosseira, autoritária.
Mas, todos os dias eu sei que amei e no fundo estava e estou sempre buscando o melhor. Mesmo que seja com alguns “Mas teve dia…”
Dias são apenas dias, são momentos e não o todo da minha relação. Por mais dias que “teve” e menos dias com “Mas teve”.
VANINA CARTAXO

 

 

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