As pessoas costumam conhecer a frase que diz: “Quando nasce um bebê, nasce uma mãe”… E poderíamos completar essa frase dizendo “E nasce a culpa”!
Nove entre dez mães sofrem com sentimentos de culpa. As razões podem ser das mais diversas possíveis, desde coisas banais até coisas mais sérias. Certo é que até as mais bem resolvidas não escapam de uma certa culpa em algum momento.
Nós queremos o melhor para nossos filhos e estamos constantemente nos cobrando para acertar tudo na arte de criar um adulto feliz e saudável. Claro, que uma dose moderada de autocrítica é importante. A culpa tem seu lado saudável, pois é o sinal de que existe preocupação com o outro e com o que seu comportamento causa nas outras pessoas. Ou seja, a culpa faz parte da vida de quem zela pelos filhos. Uma atitude saudável, portanto, é usar o sentimento como um instrumento diário de aperfeiçoamento da vida em família. Ao menor sinal de culpa, pare, avalie a situação e deixe o instinto agir.
Porém, quando existe um exagero ou quando a mãe não consegue liberar-se da culpa nunca, devemos parar e refletir. A pergunta chave que você deve fazer para você mesma é: Isso realmente vai afetar o desenvolvimento dos meus filhos?
Está claro que, na maioria dos casos, a culpa é parte de uma armadilha que criamos para nós mesmos. O sentimento de culpa das mães muitas vezes reflete a fantasia onipotente de que deveriam fazer tudo no mais alto nível de perfeição. Existe uma grande tendência das mães conviverem em grupos e caírem na tentação de fazer comparações com outras mães e crianças. Acontece que as mães não são seres ideais, mas reais. A raiva ou até mesmo a culpa fazem parte da constituição emocional de todo o ser humano. É importante permitir identificá-las, senti-las ao invés de negá-las e julgá-las. Aprender a ser menos severa consigo mesma e assumir uma atitude mais natural frente às situações de conflito. Ao permitir-se ser uma “pessoa real” e que sente sentimentos contrastantes estará sendo mais espontânea e, portanto, colaborando para a educação da criança. Lembrar que no vasto campo das emoções não existe sentir certo ou sentir errado, mas apenas o sentir!