A IMPORTANÇA DA ESTIMULAÇÃO PRECOCE NO BEBÊ PREMATURO

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Um bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação.

Existem três tipos de prematuros:
– Os severos: antes das 30 semanas de gestação;
– Os moderados: entre 31-34 semanas de gestação;
– Os leves: entre as 35-37 semanas de gestação.

O nascimento prematuro pode ocorrer por diversas causas, tanto fatores individuais (maternos, fatores relacionados a gestação e fatores relacionados ao feto), quanto fatores socioeconômicos.
A prematuridade é por ela mesma um fator de risco do desenvolvimento psicomotor. A vulnerabilidade do bebê prematuro afeta a competência própria do recém-nascido e a interação mãe e filho. Cada criança é uma criança, e cada família é uma família. Eu vou descrever algumas características de como são os bebês prematuros e suas mães de modo geral. No entanto, não significa que todos os bebês e as mães apresentam estas características.
Sob a ótica da observação psicomotora observa-se que os bebês prematuros:
– Reclamam pouco e de forma diferente.
– As suas respostas são mais lentas.
– Escassa atividade visual.
– Repertório escasso, sinais tênues, menor vivacidade na expressividade motriz. Isto faz que a sua capacidade de provocar respostas maternas e de influenciar o meio, sejam diminuídas. Por tanto, requer maior sensibilidade por parte da mãe para poder decodificar os mínimos sinais de interação.
– Às vezes a escassa procura de interação por parte do bebê repercute numa pobre estimulação por parte da mãe.
– Podem apresentar intolerância a ficar pelados.
– Rejeição a ficar de bruço.
– Podem não gostar dos primeiros banhos.
– Hiperexcitabilidade.
– As trocas de posição são demoradas, trabalhosas e não são favorecidas pelas mães que, muitas vezes se antecipam ao desejo do filho.
– Observa-se certa atitude tímida ou desinteresse na apropriação sensório-motora do espaço próximo e dos objetos que não se encontram ao seu alcance.
Características da Mãe:
A mãe que enfrenta um parto prematuro confronta uma situação desconhecida, inesperada e muito perturbadora. Ela não tem a preparação psicológica tão importante do último trimestre da gravidez. A mãe desenvolve durante a gravidez uma imagem de como será o seu bebê, esta imagem é sempre diferentes do bebê real. No caso do parto prematuro esta diferença normal entre bebê imaginário e bebê real é muito maior, o que pode causar maior inibição por parte da mãe para interagir com seu bebê.
A mãe pode se mostrar insegura, ansiosa e inibida. A função materna se encontra mais desenvolvida em relação aos cuidados físicos do bebê e do contato corpo com corpo. Observa-se mais inibida a comunicação gestual e verbal. Às vezes elas esperam pouco em relação ao desenvolvimento já que a sua preocupação principal é a saúde do bebê.
As brincadeiras mais corporais são escassas. Elas têm medo de mobilizar muito o corpo do bebê que um dia foi tão frágil. O espaço e as possibilidades de movimento, às vezes são também limitados por medo de que o bebê se machuque.
A presença de super proteção por parte dos pais, prolonga a dependência corporal, limita a iniciativa ao movimento e não favorece a autonomia da criança.

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Estimulação precoce como bebês prematuros:
A maturação cerebral é o resultado da interação de vários fatores genéticos e ambientais. Os mecanismos neuronais estão determinados geneticamente, mais, os estímulos do ambiente, psicológicos e sociais vão atuar sobre eles. A intervenção precoce é considerada prioritária nos primeiros três anos de vida, baseando se no princípio neurobiológico, que considera que, este tempo é um período crítico no desenvolvimento cerebral. O tipo de experiências ao que é exposta a criança nos primeiros anos de vida, influencia em seu crescimento, maturação e desenvolvimento.
O objetivo da estimulação precoce é acompanhar o desenvolvimento do bebê, realizar pequenas indicações que favoreçam uma boa evolução e sobre tudo a prevenção de possíveis alterações.
Estimula-se que os pais sejam ativos participantes do processo de desenvolvimento do seu filho. Procuramos promover um novo olhar no bebê, a partir de uma compreensão das suas necessidades no momento que está vivendo.
Realizam-se sugestões flexíveis, procurando que os pais encontrem os seus próprios recursos para estimular o seu filho. Procuramos que os pais conheçam as reais capacidades que o filho tem para que percam o medo e favoreçam o movimento e a exploração sem restrições.
O Psicomotricista na Estimulação Precoce procura favorecer:
– O surgimento do desejo e prazer pelo movimento.
– Descobrimento, conhecimento e apropriação do próprio corpo, e suas capacidades de expressão, comunicação, encontro com o outro e ação.
– Exploração, conquista e construção do espaço.
– Apoio no rol materno.
– Revalorizar o rol materno, acompanhá-la de forma que se sinta segura e que encontre prazer no encontro com o seu filho.
– Regulação de estímulos sensoriais.
– Favorecer um posicionamento adequado da criança, para que seja favorecido o desenvolvimento psicomotor.
– Favorecer o desenvolvimento praxico e cognitivo.
– Promover o encontro com o outro e as brincadeiras corporais.
– Favorecer a tolerância a frustração tanto do lado da mãe quanto do bebê, o que pode incidir numa possível relação de dependência e super proteção.

Em suma, cada criança deve ser compreendida a partir de sua singularidade, do seu desenvolvimento, do seu contexto, da sua história. A intervenção do psicomotricista será planejada e realizada a partir destas particularidades e necessidades que cada criança tem.

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Licenciada em Psicomotricidade Manuelita Dotti.
dottimanuela@gmail.com – 9304.1935
A estimulação precoce é realizada de forma individual no domicilio da criança.

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