A família é o ambiente básico onde a criança nasce, cresce e se desenvolve. Para o desenvolvimento das potencialidades e capacidades da criança, é fundamental que os pais e outros integrantes da família possam oferecer um ambiente afetivo e estimulador.
O primeiro ano de vida é o período mais plástico (com mais transformações) do desenvolvimento humano. O homem nasce com um mínimo de padrões de condutas constituídas previamente e tem que adquirir inúmeras habilidades adaptativas no percurso deste primeiro ano. Jamais, no resto da vida, se aprenderá tanto em tão curto tempo.
É importante lembrar que o desenvolvimento é individual para cada criança, e é fundamental respeitar o ritmo de cada uma delas. Vale lembrar: o que a literatura descreve para cada mês é apenas uma referência.
• 1 mês:
- Os braços e as pernas permanecem encolhidos.
- De bruços, o peso recai sobre bochecha, peito e braços.
- O bebê se comunica através do choro (fome, medo, dor).
• 2 meses:
- De bruços, levanta um pouco a cabeça.
- Apóiam-se brevemente nos antebraços.
- De bruço o peso se traslada para o esterno (peito).
- Diminui o encolhimento de pernas.
• 3 meses:
- Já consegue levantar a cabeça 45 graus.
- Descobre suas mãos.
- De bruços, o peso recai sobre o abdômen, e consegue mover cabeça livremente.
- Sorri para qualquer pessoa.
- Brinca com os diferentes sons que consegue fazer.
- Procura, com o olhar, a fonte do som.
A partir do segundo mês de vida, o que mais chama a atenção do bebê é o rosto humano. No terceiro mês a preferência do rosto humano incorpora uma nova reação, o sorriso. Este sorriso e a primeira manifestação de conduta ativa, dirigida e intencional.
Fatores de risco: Dificuldades na alimentação, irritabilidade (impossibilidade de acalmar-lo), letargia ou insônia. Falta de uma ou mais condutas adquiridas para os três meses.
• 4 meses:
- De bruços, levanta um braço e se apóia no outro.
- Consegue sustentar perfeitamente a cabeça.
- Traslada o peso do corpo para um dos lados.
- Mantém-se em equilíbrio de bruços.
- Consegue pegar com a sua mão objetos grandes. Percebe o objeto e aproxima ambas as mãos.
- Repete ações que produzem resultados.
- Pratica o ensaio e o erro com intencionalidade.
- Gosta de se olhar no espelho, mais ainda acredita que é outra criança.
- Consegue juntar as mãos.
- Consegue rolar para um lado.
• 5 meses:
- Senta-se com apoio de almofadas.
- Discrimina melhor os sons do seu ambiente (isto chama muito sua atenção).
- Na brincadeira de aparecer-desaparecer, o adulto se oculta e a criança ri, começa a sentir a expectativa do que acontecerá depois.
- Começa a Balbuciar (ga-ga/ma-ma).
• 6 meses:
- A criança consegue permanecer sentado sem ajuda externa utilizando o apoio das suas mãos na frente, em uma posição de “tripé” por alguns minutos.
- De bruços, estende cotovelos e se apóia nas palmas das mãos.
- Utiliza gestos para se comunicar e realiza brincadeiras gestuais.
- Pega os pés e brinca com eles.
- Gira, passando de barriga pra cima a de bruço.
- Começa a reconhecer rostos familiares.
- Pega um objeto com cada mão.
Entre o sexto e oitavo mês ocorre uma mudança importante na conduta da criança em relação às outras pessoas. A criança já não responde com um sorriso quando aparece um desconhecido. Agora distingue perfeitamente o conhecido do desconhecido.
A angústia que a criança manifesta não é uma resposta a uma lembrança negativa com essa pessoa, mas uma resposta a que o rosto do desconhecido não é o rosto da mãe.
Este fenômeno é chamado de angústia do oitavo mês.
Fatores de risco: Ausência de um ou mais condutas adquiridas dos 4 a 6 meses. Dificuldades na alimentação e no sono. Ausência do sorriso social até o sexto mês. Insensibilidade a dor. Irritabilidade (atividade e choro em excesso) ou passividade excessiva.
• 7 meses:
- Sentado, fica com a coluna reta.
- As crianças fazem “brincadeiras sociais”, procurando respostas das pessoas. Imitam gestos, atitudes e som dos adultos.
- Expressam emoções mais diferenciadas, demonstrando alegria, medo, raiva e surpresa.
- Começa a se arrastar.
• 8 meses:
- Começa a engatinhar, no inicio descoordenado, e logo coordena movimentos cruzados de braços e pernas. O engatinhar constitui um impacto enorme no ser humano porque permite o início da autonomia, o que favorece o desenvolvimento neurológico e a coordenação. Socialmente, a criança consegue escolher com liberdade aonde quer ir.
- Tem consciência de que uma pessoa ou objeto existe, por mais que não esteja à vista.
- Quando se olham no espelho já sabem que são eles mesmos.
- Agora ele consegue chegar sozinho na posição sentado e sair da mesma quando quer.
• 9 meses:
- Passa objetos de uma mão a outra, pega e solta voluntariamente. Já Coordena olho com mão.
- Começa a entender palavras (como o “não” e o seu próprio nome).
- Durante 9 meses, a criança experimenta deitado e sentado todos os processos do movimento. A partir de agora, pode incorporar-se. Com um braço se apóia, com o outro se levanta.
Fatores de risco: Ausência de uma ou mais condutas adquiridas até os nove meses, menos o engatinhar (tem muitas crianças que não engatinham, e isso é normal). Dificuldade no sono e na alimentação. Movimentos rígidos. Passividade ou irritabilidade em excesso. Não manifesta interesse por objetos ou pessoas que o rodeiam.
• 10 meses:
- Mantém-se em pé com apoio das mãos.
- A partir de agora deixa de pegar os objetos com toda a mão, e começa a usar o indicador e o polegar, como se fosse uma pinça.
• 11 meses:
- Caminha lateralmente, apoiando-se com as mãos.
- Faz gestos sociais como dar tchau com a mão, apontar com o dedo o que quer, ou dar os braços.
- Pode falar uma palavra para se referir a várias coisas.
• 12 meses:
- Engatinha com rapidez e segurança.
- Mantém-se em pé sem apoio.
- Algumas crianças já tentam dar os primeiros passos.
Fatores de risco: Falta de interesse em se movimentar, brincar com brinquedos novos e o entorno. Apego excessivo pelas pessoas que o rodeiam. Sumiço (criança demasiado calma). Dificuldades importantes no sono e na alimentação. Choro freqüente sem motivo aparente.
Para finalizar, uma dica importante: A melhor opção para que a criança adquira as diferentes posturas é o chão. Ele representa uma base segura que oferece a possibilidade de aprender a engatinhar, caminhar, sentar sem se sentir inseguro e sem adotar posturas erradas.
Queridas mães espero que este guia do desenvolvimento tenha ajudado! No próximo post vou falar sobre o desenvolvimento de 12 a 24 meses e seus fatores de risco. Não se esqueçam de deixar seus comentários e dúvidas!
Lic. em Psicomotricidade Manuelita Dotti
dottimanuela@gmail.com